COLUNISTAS

O beijo na boca 23/02/2024

Foi na terça-feira de carnaval. Da sacada, onde comodamente lia o Correio do Povo, com ampla visão para a rua 14 de julho, observei uma cena insólita provocada por um jovem casal, talvez adolescentes, a se beijar ardentemente como se o mundo fora somente deles. Não havia movimento de carros e de pessoas transitando. Até os cães de rua sumiram naquela terçafeira escaldante.
Por tão inusitado momento, os amantes desfrutaram de longo tempo de um estado de paixão e excitação extrema. Um beijo na boca interminável. Pensei, quem não viveu esse momento de frenesi, tão sublime? Afinal, o beijo na boca está relacionado ao enraizado na nossa biologia, na vida dos humanos. História que dura mais de 5 mil anos, segundo relatos de especialistas.
Nos idos de 2017 o genial Fabrício Carpinejar, o homem que ama o churrasco de Lagoa Vermelha, escreveu uma coluna para o jornal Zero Hora com o título ‘O beijo na boca’, onde se destacam criatividade, carisma e eloquência, qualidades que lhe são peculiares. Como o espaço é limitado, deixo apenas alguns segmentos do artigo.
“Casais que não se beijam na boca estão se separando. Vão se tornar amigos, parentes, irmãos até se esquecerem de caminhar de mãos dadas. Vão se apartando do cheiro da pela, do gosto do abraço, das pernas alisadas no fundo da coberta. O beijo na boca é a autêntica aliança, o ouro que vinga, a certidão que não desbota.
Só que me refiro ao beijo mesmo, de girar o corpo, o pescoço, o rosto. Selinho não conta, onde os lábios são uma carta para quem já está distante. Beijo seco também não vale, onde não há ameaça de morder os lábios. O beijo molhado é que une. Um beijo úmido por dia renova o amor...”
Esta pérola, escrita pelo Carpinejar, encerra assim: “Casais felizes sempre se buscam. É uma receita simples de longevidade. Sem o beijo, a pessoa tem vontade de largar tudo e ficar sozinha. Com o beijo, ela não perde a vontade de largar tudo, mas com a diferença de querer levar junto aquele que ama”. 
 
***
O FIASCO DO PRESIDENTE - Deixou o povo brasileiro boquiaberto ao externar suas preferências internacionais em meio a um conflito delicadíssimo como esse no Oriente Médio. Uma fala inoportuna, fora de propósito, inusitada, criou um impasse entre as relações Brasil/Israel de graça, que não se sabe como vai terminar. Essa manifestação de Lula, que já vem de tempo, não é o que nós, brasileiros, queremos. Como presidente, ele não pode manifestar seus pendores políticos mundo a fora. Até porque o presidente não é dono do país, ele é apenas o gerente, com obrigação de bem representar a pátria. Depois, embora o Brasil seja um país laico, Lula ignora que a história do povo de Israel faz parte das nossas raízes religiosas. Que situação!!!
 
***
FELICIDADE - Li que se você deseja ser feliz em seus relacionamentos trate bem as pessoas e tenha empatia com elas. Todos queremos alcançar a felicidade, mas poucos desejam pegar a toalha e a bacia, assim como Jesus, para lavar os pés de seus discípulos. Se você quer liderar, sirva! Se você deseja crescer, sirva! E, se deseja ser feliz, sirva. Bom fim de semana para todos e o abraço da semana para Bianca M. Salvadori e para simpática turma da Cia da Fruta. É gente que lê a Folha.

Outras colunas deste Autor