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Em nome da razão 19/04/2024

Em sua passagem por Porto Alegre, não faz muito, o psicólogo, psicanalista e famoso pensador europeu Joseph Knobel Freud, sobrinho-neto de Segmund Freud, ao ser entrevistado pela reportagem de ZH disse, com simplicidade franciscana, que em uma sociedade regida pelo imediatismo, se sentimos dor de cabeça, tomamos um remédio em vez de analisar o que está causando a dor. Se as crianças estão inquietas na escola, damos um comprimido para que voltem a se concentrar. Se os jovens estão angustiados, recorrem aos tablets e celulares para desviar os pensamentos ruins. O que está acontecendo com a nossa capacidade de parar, pensar e refletir sobre a nossa vida?
Em sua palestra muito falou sobre a formação da psique infantil e sobre os desafios da paternidade no mundo contemporâneo, mas sem deixar de lado a velocidade que a sociedade imprime nestes dias modernos. Somos imediatistas, não paramos para pensar. Recebemos mensagens de todos os lados, mas sequer tiramos tempo para absorvê-las. Sabemos pouco, mas achamos que sabemos tudo. Nosso olhar para a realidade é unilateral, contrariando a ideia de que hoje vivemos num mundo integrado e globalizado, onde o bom senso, razão, têm lugar de destaque. 
Nada contra, antes pelo contrário, mas há momento em que a razão fica evidente. Talvez muitas pessoas não saibam usá-la adequadamente, mas é fundamental que saibam que ela tem força, mas não se impõe mediante a força. Então a questão é  saber, usar, ter habilidade quando pretende fazer uso da razão, afinal, todo homem é dotado de razão. O homem pensa, raciocina, e é essa força racional que o distingue dos outros animais. É graças a ela que distinguimos as nossas virtudes. Na verdade a razão é a faculdade soberana da alma, a fonte de todo o conhecimento e o princípio determinante de toda ação humana.
Não é necessário ser sábio para saber que em momentos difíceis o uso da razão é fundamental. Afinal, Deus dotou o homem de razão. Logo, é um poderoso facho de luz que ilumina o nosso espírito. É nos momentos agudos da vida que devemos colocá-la em prática. É por isso que existe um princípio do qual não podemos fugir: “Ouve a razão ou ela se fará ouvir”.
 
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FINALMENTE - O senador Amilton Mourão deu o recado esperado por aqueles que nele depositaram seu voto. Em sua manifestação recente levantou o tom, ao dizer que, “... A Lava Jato  foi o caso de sucesso mais emblemático no combate à corrupção sistêmica no Brasil. Pergunta-se, então, por que o sistema quer eliminá-la da história? A decisão monocrática de 13.4.24, proferida pelo corregedor do CNJ, Ministro Salomão, em prejuízo de magistrados com trajetória inatacável e de reputação ilibada, mostra que o judiciário brasileiro perdeu sua bússola moral. No Brasil, a injustiça é realidade. Pior, enganam-se aqueles que acham que a violência é somente física. A violência mais cruel é aquela perpetrada sorrateiramente, de forma covarde e para destruir reputações. É revoltante ver agentes do Estado atuarem descaradamente na “vendeta” e em favor de padrinhos políticos, perseguindo aqueles que atuaram na forma da lei, buscando proteger a sociedade”.
 
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A GUERRA - Pode elevar o preço dos combustíveis, o que não é bom. Aqui na Pátria outra ‘guerra’ se avizinha, com a aprovação da PEC que criminaliza a posse de drogas, em enfrentamento ao STF. E nós aqui, na escuta. Então, um abraço para Mauricio Machado, Bruna Abrão e Loja Monalisa, agora em novas instalações, na avenida Benjamin Constant. É gente que lê a Folha.

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