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O voto é uma arma 05/04/2024

A corrupção, a grande verdade é que ela faz parte da história da humanidade, e aqui neste nosso Brasil, seu início deve ter sido, lá pelo ano de 1500, ou quem sabe até antes, desmentindo o que conta a nossa trajetória escrita.
Quando por aqui aportaram os primeiros navegadores, os habitantes primitivos desta terra foram chamados de “índios”, exatamente porque os visitantes estavam perdidos e julgavam terem aportado no país denominado Índia.
Vamos ao caso, os então denominados índios recebiam como nos mostra a história contada com muita gentileza os navegadores portugueses da sua parte já pensavam em levar vantagem em tudo, e foi assim que os índios receberam os primeiros acenos de corrupção, e de imediato foram logrados através da distribuição de espelhinhos, miçangas e outros tantos “badulaques”.
Lógico que estes artifícios simples ao longo dos anos, até os dias atuais, cresceram, aperfeiçoaram-se e atingiram um grau de eficiência inimaginável.
Cadernos de economia dos principais jornais do país tem estampado projeções, todas baseadas em pesquisas mostrando que o nosso setor privado desembolsa grandes somas em propina.
A organização “Transparência Brasil” formada por um grupo não governamental, e ligada a “Transferência Internacional” afirma: é equivocado imaginar que o combate ao ilícito seja do interesse de todas as empresas. Se fosse não estaríamos ouvindo “não roubarás”, isto há mais de três mil anos.
A quebra de regras com o fim de obter benefícios, já foi considerada em teses dos anos 60 um mal necessário. Samuel Huntington, economista, que focou os holofotes por ser um dos referenciais do ex-presidente norte-americano George Bush, e chegou a considerar a corrupção uma forma de acelerar a sempre lenta burocracia estatal e desta forma beneficiar o investimento.
O professor da UFRGS Giacomo Balbinotto, em certa oportunidade afirmou “não é o clima dos trópicos ou o hábito alimentar que diferencia brasileiros e escandinavos na disposição de driblar regras”. O que faz países como Finlândia ou Dinamarca serem mundialmente reconhecidos pela eficiência e o culto pelo correto, é uma eficiente máquina de controle, e punições severas em casos de desvio do que é certo, ou do que diz a lei.
No Brasil, o ambiente institucional favorece indivíduos que buscam benefícios burlando normas, sejam empresários, burocratas, políticos ou cidadãos comuns.
Sem mudanças radicais, sustentam-se episódios comuns nas manchetes e que tendem a repetirse independentemente de governos ou de orientações políticas.
Um dos indicativos da impunidade é que apesar do grande número de denúncias, poucos são condenados e pagam pelos seus crimes e, menos ainda devolvem aos cofres públicos o dinheiro tomado indevidamente.
O economista Ricardo Leticia Garcia realizou pesquisa e constatou, que os fatos mais comuns de corrupção no serviço público, são as exigências de financiamento para campanhas eleitorais, fiscalização frouxa da qualidade do material empregado, privilégios nas filas de pagamentos aos tesouros, licitações dirigidas, superfaturamentos.
Outra pesquisa desenvolvida como tese de doutorado na Universidade de Berkley (EUA), estima que pelo menos 10% de verbas brasileiras para os municípios perdemse em algum ponto do caminho.
Segundo o economista Cláudio Ferraz foi constatado que a repetição de mandatos aumenta casos de corrupção.
Sintetizando, é uma unanimidade que a corrupção é uma realidade e existe em todas as áreas da comunidade brasileira, e que para mudarmos este quadro, é necessário campanhas educativas, leis severas, ágeis e com força para punir e recuperar o fruto dos delitos, e nunca esquecendo que somente nas ditaduras políticos tomam posse sem voto. 
Portanto, se existem políticos corruptos, alguém os elegeu, ou seja, votando sem uma pesquisa de vida pregressa do candidato, deixando-se enganar por falsas promessas ou campanhas enganosas, e o pior, vendendo o voto.

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