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Vamos pensar e agir 08/03/2024

Neste nosso Brasil atual, a impressão que fica é que concordar, ou simplesmente pertencer ao bloco dos “eu vou com os outros”, é bem mais fácil. No entanto todos aqueles que tem a missão de escrever, de ser o responsável por uma coluna, por um espaço em um jornal, devem com clareza mostrar o seu pensamento pessoal, sem medir as possíveis consequências, e não temer a polêmica, e até acreditar que é dela que surge a luz e a solução dos problemas, tendo ainda como norte o maior respeito pelas ideias contrárias ou divergentes.
Baseado nesta linha de pensamento sou incisivo, o grande problema no curso da política brasileira, é que sobram, abundam projetos pessoais, faltando no entanto o foco no objetivo de criar as condições para o surgimento da propalada justiça social.
Candidatos são muitos, e a corrida atrás da conquista do voto é grande, é algo indescritível, mas o que pode ser afirmado é que sempre fazem parte deste todo uma maioria que sem o menor constrangimento costumam “encher o peito” e afirmar aceito ou não concorrer a tal cargo, pois “meu” projeto pessoal é outro, e tudo acontece sem ser avaliado se realmente é capaz, ou não.
Infelizmente o exercício da política na maioria das vezes tem servido para uma realização pessoal, fugindo da finalidade principal que deve ser sempre o coletivo, aquele que visa o equilíbrio das condições sociais, sem as discrepâncias do muito para poucos, e o pouco para muitos.
Os partidos políticos brasileiros existem no papel, sendo que em cada estado, ou mesmo, em cada município defendem ideias ou interesses diversos, sendo normalmente desconhecido o que reza nos seus estatutos, ou suas tendências ideológicas, surgindo deste fato para vencer eleições as mais diversas e estapafúrdias coligações.
Afirmar que existem políticos autênticos, bem intencionados, voltados para o bem comum, honestos, é afirmar uma verdade, pois realmente existem.
No entanto não é uma heresia dizer que um número significativo, gravita no meio imitando um navio a deriva andando ao sabor do vento, sem criatividade, sem ideias para defender, e suas âncoras são campanhas milionárias, seus gestos, ações, são verdadeiras peças teatrais exaustivamente ensaiadas e cujos diretores são competentes e bem remunerados “marqueteiros”.
Algo deve ser grifado e acrescentado, este tipo de político existe e cria-se exatamente porque também existem os maus eleitores, aqueles que não qualificam o voto, que praticam o ato porque é obrigatório, ou ainda porque sem esperança, deixam de acreditar na política e vendem-se por propinas ou falsas promessas.
Algo que merece uma análise profunda é a atuação do nosso Congresso Nacional, suas principais funções nós conhecemos, legislar, fiscalizar, mas seguidamente estes preceitos são esquecidos por um número significativo de seus membros, e aberto o espaço ao corporativismo, ao mercado de favores, do “toma lá, dá cá”, e a já conhecida, e até parece aceita, corrupção.
Um projeto de lei apresentado do interesse da população leva tempo, alguns até anos para ser aprovado e após ser sancionado, e muitas vezes até fica esquecido em alguma gaveta.
No entanto projetos que regulamentam ou aumentam benefícios como subsídios ou outro favorecimento qualquer aos nobres edis, anda em regime de urgência e prontamente é aprovado, sancionado e passa a vigir.
É bom lembrar que o Congresso Nacional é composto por 513 deputados, outros tantos senadores, um número absurdo de assessores. Sem esquecer que todos são regiamente remunerados, cobertos de mordomias, a maioria com local gratuito para morar, assistência médica, odontológica, passagem com polpuda diária para viajar, segurança, verbas para ladrilhar a reeleição, foro privilegiado e outros tantos que deixo de numerá-los por esquecimento ou por desconhecê-los.
A grande verdade é que nós brasileiros somos os culpados e permitimos continuar convivendo com este tipo de Congresso, permanecemos dolentes, passivos, não reagimos, não reclamamos, não participamos e humildemente aguardamos a próxima eleição para votar e eleger “figurinhas carimbadas” profissionais em fazer este mau tipo de política.
Cabendo então a todos nós brasileiros de uma forma simples mas efetiva, chegarmos a solução através do voto, do voto qualificado, e exigindo diuturnamente dos eleitos o cumprimento dos seus deveres e promessas.
Está mais do que provado, nos dias atuais nosso Congresso só movimenta-se, só produz como o povo quer e necessita sob pressão.
Temos que aprender a separar o trigo do joio, a fazer a escolha do que queremos e precisamos, entre a política voltada para a igualdade, a justiça, e o bem de todos, ou a velha e conhecida “politicagem” com seus acessórios de malandragem, de falta de ética, voltada ou tendo por meta a sacanagem e o “caradurismo” exacerbado.

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