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Justiça social 26/04/2024

Todos aqueles que como eu, estão com a cabeça coberta de cabelos brancos, e já convivemos com múltiplas situações, e logicamente com momentos bons e outros nem tanto.
Participamos de várias formas de governo, desde ditadura até a almejada democracia. Os tempos que não vivenciamos, tomamos conhecimentos através do estudo, da leitura da história da nossa pátria.
Este nosso Brasil, segundo consta nos livros foi descoberto pelos portugueses, mas é contado também que os espanhóis, franceses e quem sabe outros tantos também aportaram por aqui. Na verdade, o que parece é que nenhum deles chegou nestas plagas, fascinado pelo nosso clima ou belezas naturais, mas todos vieram para explorar, para enriquecer, para carregar ouro, prata, enfim, toda a grandeza de tesouros que nossa terra abençoada por Deus sempre teve.
Já passaram mais de quinhentos anos da chegada dos nossos descobridores, conseguimos com a miscigenação de várias raças, formar um povo bom, dócil, mas não aprendemos a bater no peito e exigir uma pátria onde todos são iguais perante a lei, e que a exigência seja viver sob a égide da lei para todos, da ética e da moral.
Continuamos uma maioria significativa sendo explorada por uma minoria, que apossou-se de inúmeros privilégios, semelhante aos tempos em que por aqui viajavam reis, rainhas como donos, o que é característica dos governos totalitários, sobrando para os outros que são a maioria e denominados de povo, trabalhar, criar riquezas e pagar impostos.
É possível afirmar sem medo de errar, ou cometer injustiças o que não é de hoje mas neste Brasil continua instalada uma poderosa organização infiltrada na política partidária e nos meios de produção.
A grande diferença dos modos de atuação situa-se exatamente no fato, que antigamente os métodos para extorquir, roubar, desviar eram empíricos e hoje apresentam-se altamente especializados, e onde atuam profissionais altamente capacitados.
O princípio básico de qualquer democracia, sem palavras sofisticadas e outros artifícios de linguagem é exatamente ter por foco ações que beneficiem a população de blocos com inúmeros privilégios que beiram ao absurdo e conseguem consagrar a desigualdade e aumentar a injustiça.
No jornal Correio do Povo do dia dois de julho do ano de 2018, e lá se vão seis anos, o Sr. Renato Panattieri escreveu na “Coluna do Leitor” o seguinte artigo sob o título “Justiça”. Visto a profundidade sobre o que está escrito e a certeza que será apreciado pelos nossos leitores estou copian do-a na sua íntegra...“. Não basta que sejamos todos iguais perante a lei, é necessário que a lei seja igual perante a todos”.
No Brasil esta lei não tem sido nenhuma coisa e nem outra. Temos uma imensa população carcerária, e para a surpresa de todos, mais da metade sequer foi julgada e outros tantos que já deveriam estar em liberdade, mas como não tem dinheiro para bancar bons advogados, mofam nas cadeias.
O Supremo Tribunal Federal por sua vez, pode ser considerado o Olimpo de uma justiça para poucos, somente para os donos de muito dinheiro para bancar advogados com condições de conseguir pleitear os favores da lei...
Deus queira que mudanças urgentes aconteçam e que nosso Brasil troque de rumo, que as máfias sejam alcançadas, punidas e extintas, que os políticos tornem-se arautos da honestidade e da decência e tenham verdadeiramente a missão de resguardar e lutar pelos direitos da população.
Neste momento nós, povo brasileiro, clamamos, pedimos “justiça social”.

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