COLUNISTAS

As transformações que acontecem no mundo parecem que não chegam ao nosso Brasil. Isto acontece, exatamente porque o nosso crescimento demográfico, tem caracterizado-se por uma grande desigualdade social, a qual acentua-se na medida em que políticas econômicas inadequadas tem surgido com frequência, e sacrificam em escala absurda, especialmente a classe média, o que não tem acontecido com os dez por cento daqueles abastados, os ricos da população, os quais apropriam-se de quarenta e oito vírgula um por cento da renda total, ou seja do chamado PIB - a classe pobre vem sendo assistida com migalhas, e não recebem condições suficientes e justas, que possam garantir condições suficientes para conseguir emergir e atingir uma classe social maior e que possa viver com igualdade e justiça.

A falta de uma política social séria e consistente, obriga que 16,9% de crianças entre 8 e 14 anos trabalhem ou mendiguem nas ruas, principalmente nos grandes centros urbanos, com a finalidade de conseguir recurso para o sustento da família, abandonando a escola, e contribuindo para manter índices alarmantes de analfabetismo, e propiciando este momento para enveredar para o crime e dar suporte para aumentar o clima de insegurança vivido atualmente pelas famílias brasileiras.

As dimensões do nosso Brasil, representados por milhões de quilômetros quadrados com inúmeros recursos naturais, demonstram com clareza as nossas potencialidades, mas escancaram também a nossa incapacidade para administrá-los, e a insuficiência crônica, das nossas políticas, fiscal, tributária, educacional e da segurança.

As fiscalizações sofrem com a falta de efetividade e resultados como um todo, a prova desta afirmativa é o número constante de desvios, roubos, falcatruas que surgem aos borbotões e desgastam as finanças públicas, e o mais alarmante é que leis existentes não apresentam efetividade, são dúbias e desta forma consagram a impunidade e incentivam a sequência de novos desvios de condutas.

A nossa tributação é feroz, situa-se entre uma das mais altas do mundo, e diariamente são recebidas notícias de propostas para majorações, e a diminuição da qualidade ou quantidade de prestações de serviços para a comunidade.

A educação enfrenta sérios problemas como qualificação deficiente, estrutura de péssima qualidade, e o deprimente salário recebido pelos professores.

Infelizmente a educação não vem sendo tratada como algo importante e a grande solução para a maioria dos problemas nacionais. O desenho do caos traz que existem hoje nesta nossa pátria em torno de 20 milhões de analfabetos, e outros tantos analfabetos funcionais.

Índices mostram que somente um por cento da população consegue chegar aos bancos da universidade, e destes raríssimos enfrentam com sucesso os exames vestibulares, sem a complementação em cursos extracurriculares, uma demonstração clara da deficiência do nosso ensino básico.

As deficiências não param por aí e existem também no ensino universitário, tanto é que pessoas já formadas, em alguns cursos estão sendo submetidos a exame para comprovação da capacidade para o ingresso no mercado de trabalho, o que é uma grande injustiça, pois na verdade o culpado, e que deveria sofrer penalidades, seriam exatamente os gestores do ensino, e os governos que permitem acontecer.

A agropecuária brasileira tem demonstrado sobejamente, que tem respostas positivas quando tratada com seriedade e responsabilidade. No entanto para nosso espanto produzir alimentos através dos anos continua sendo uma atividade de alto risco, tendo a produção primária de conviver com a insegurança, e com planos sem técnica e recheados de intenções ideológicas.

O produtor primário compra os insumos pelo preço imposto, até aí tudo bem, o problema é ter de vender pelo preço que os compradores estabelecem.