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S.O.S. ou pedido de socorro 09/03/2024

S.O.S. é uma sigla estrangeira, mas reconhecida mundialmente como um pedido de socorro.
Infelizmente neste Brasil, que nós tanto amamos, hoje o que mais ouvimos, e quando não ouvimos, sentimos, são pedidos de socorro, S.O.S.
Estamos vivendo sob uma ditadura de corporativismo, onde os mais variados grupos especializam-se na arte de explorar, de somente carrear benefícios sem importarem-se com a grande desigualdade instalada. O real motivo para poucos terem muito, e muitos terem tão pouco, o chamado caos social.
Os culpados e as causas são muitas, é um processo que tem início a partir do descobrimento desta terra, e desde esta data por aqui tem permanecido o império dos exploradores vitimando os explorados.
Passados muitíssimos séculos as formas de domínio e usurpação tem trocado de nome, mas as maneiras de torna-las efetivas são praticamente as mesmas.
O Brasil era, e é um grande espaço de terra, com inúmeras potencialidades econômicas, os primeiros que aqui chegaram, vieram com a intenção de enriquecer e voltar, mas aqui tudo era farto, e resolveram ficar, mas nunca foi esquecido o ato de explorar sem pensar no amanhã.
Começamos sem limites para a exploração das riquezas naturais, extorquimos os indígenas que viviam em fina sintonia com o meio ambiente, e eram os verdadeiros donos deste chão, por último, cometemos o terrível crime da escravidão.
Assim estamos vivendo os dias atuais, com um S.O.S. engasgado na garganta, e vendo ao nosso redor o amplo domínio da desigualdade. Sendo que aquela máxima estampada na nossa Constituição, que todos são iguais perante a lei, somente existe no papel, e até então uma grande utopia.
Existe sim uma democracia incipiente, comandada pelo poder econômico, o senhor que pode tudo, abocanhar privilégios, corromper e ser julgado por interpretações especiais de leis.
Não afirmo que todos os políticos são corruptos, afirmo sim que o contexto político está deturpado, deixando de exercer suas finalidades, de dedicar-se, de servir para o bem da população, abrindo os braços, facilitando a corrupção pelo conluio pecaminoso com o poder econômico.
Aquilo que deveria acontecer, servir através da política, está mudado, e o que se faz presente é “servir-se” através da política.
Os defeitos que acontecem na seara privada, repetem-se com maior ênfase na pública. Partindo desta premissa é fácil de entender o motivo da degradação do serviço público.
A degradação a que me refiro é o péssimo atendimento do público nos itens referentes a educação, saúde e segurança, e os repetidos e costumeiros casos de desvios de conduta, de corrupção.
A desigualdade na área pública é palpável, é gritante, e nem todos são iguais perante a lei.
Bem, com situação confortável, entre aqueles que recebem seus subsídios através dos cofres públicos, somente estão os segmentos que fazem as leis, e os que interpretam e aplicam as leis.
Esta situação fica exposta servindo para exemplificar o que está ocorrendo, aqui no nosso Rio Grande do Sul.
Vamos ao caso, todos são funcionários públicos, que fazem parte do Judiciário, Legislativo e Executivo. Mas somente os dois primeiros percebem os maiores salários, pagos em dia e recheados de “penduricalhos”, tudo baseado em uma interpretação “pra lá” de fajuta, a inventada autonomia dos poderes.
Aos funcionários do Poder Executivo, resta receber os menores salários, parcelados, há mais de um ano e meio e sem esperanças na normalização.
Grife-se que os funcionários do Poder Executivo são os responsáveis pela prestação de serviços nas áreas da educação, saúde e segurança.
Alguns ainda agindo como surdos perguntam- se - Qual o motivo do S.O.S., do pedido de socorro pelo povo?
 
Coluna publicada na edição 30/06/2017

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