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Sem pão com mortadela 01/03/2024

Centenas de milhares de pessoas reuniram-se no último domingo, na Avenida Paulista, em São Paulo, para manifestar sua insatisfação com o cerco judicial ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a outros integrantes da oposição. Percebeu-se uma união de quase todos os setores da direita brasileira naquela manifestação, que mobilizou também os antipetistas.
Jair Bolsonaro, ao convocar essa mobilização, quis mostrar sua força e seu apoio popular. Os discursos, seus conteúdos ou formas não eram importantes. O importante era a fotografia daquele momento. 
Foi, inegavelmente, um mar de gente, com os quarteirões da Paulista completamente lotados de pessoas vestindo verde e amarelo. A população compareceu e deixou o seu recado. Hoje, mesmo fora do poder, Bolsonaro é a liderança política que ainda consegue mobilizar as pessoas em prol de determinadas pautas. 
Lula, o presidente da República, já não tem esse poder, a não ser que suas correias de transmissão, os ditos movimentos sociais e sindicatos satelitizados do PT, ofereçam uma grana e um pão com mortadela. A esquerda perdeu o controle das ruas, que eram suas até antes de 2013.
Domingo, na Paulista, não houve pão com mortadela. As pessoas foram protestar espontaneamente, sem violência, com ordem e, sobretudo, convicção de que o nosso país não está bem. Outra convicção é a de que Bolsonaro encontra-se na iminência de ser preso pelo Supremo Tribunal Federal. Mais dia ou menos dia isso irá acontecer. E quando uma liderança popular do tamanho de Bolsonaro é trancafiada por qualquer acusação, as consequências são imprevisíveis. Esse país nunca decepciona. Parece ser um permanente barril de pólvora.

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