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Sim, o ex-ministro petista José Dirceu está de volta. E com toda a força. Ele foi o homem forte do primeiro governo Lula, sendo chefe da Casa Civil a partir de 2003. Era o “cérebro” do governo, o ministro mais importante, o primeiro auxiliar do presidente e o estrategista do partido. Consideravam-no como uma espécie de primeiro-ministro, sendo Lula uma figura meramente decorativa no governo. Ele, no entanto, acabou sendo condenado à prisão no escândalo do mensalão e também nas investigações da operação Lava Jato. Puxou um tempo de prisão, ainda responde a alguns processos, outros foram anulados e em outros ele ainda foi absolvido. Deputado federal, foi cassado pela Câmara dos Deputados e perdeu seus direitos políticos, que deve retomar neste ano.

José Dirceu foi o símbolo da roubalheira durante os governos do PT e suas condenações em vários níveis da Justiça, inclusive pelo Supremo Tribunal Federal, reforçam essa imagem.

Mas neste “novo momento” do Brasil, com o petismo dominando o governo federal e com um arrefecimento quase que completo do combate à corrupção, Dirceu retornou triunfalmente. Durante a semana fez até discurso no plenário do Senado Federal em sessão de homenagem à democracia brasileira. A mesma democracia que ele, segundo um procurador geral da República, quis subverter a partir da formação de um esquema de compra de votos de congressistas em troca de apoio ao governo Lula (o chamado mensalão). 

Livre, leve e solto. Assim está o ex-todo poderoso José Dirceu. Voltou à cena. Está reabilitado na “justiça” e ainda conta com o apoio incondicional de Lula e da esquerda que, aliás, jamais o abandonaram. O momento de José Dirceu é muito representativo dos tempos estranhos em que vivemos. É o longo inverno em que estamos atravessando em que homens como José Dirceu retoma o protagonismo na política brasileira. E isso tem muita coisa a dizer sobre a higidez de nossas instituições.