COLUNISTAS

Microcontos 05/01/2024

Feliz Ano Novo! Publico aqui na coluna alguns microcontos do escritor e poeta lagoense Zenair Borin, uma revelação das letras lagoenses, e que já possui vários livros de contos e poesia publicados. Um microconto, por definição, apresenta uma rápida narração com contexto e ação e que depende, para sua compreensão, da devida interpretação do leitor. Ele é bem curto, formado por algumas poucas frases. É um estilo de escrita que eu, por exemplo, jamais me aventurei. Sua redação é para poucos! Parabéns ao nosso jovem escritor!
 
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Clarividência
Durante a entrevista de emprego, a pergunta veio: “Onde você se vê daqui a 5 anos?”.
Caetano, sem dizer nada, se levantou da cadeira e foi embora. 
Viu que seria demitido, em dois turnos.
 
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Desaparecido
Ninguém conseguia falar com ele. Estava há mais de uma semana sem retornar as ligações. Há muitos dias sem contatar a família. A última visualização do WhatsApp tinha sido às 10h45 de quinta-feira passada.
O registro foi feito.
A companhia responsável pelo serviço atualizou os dados.
 
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Os filhos pagam pelos 
erros dos pais
João foi a cavalo fazer compras na cidade - 15 Km.
Amarra o animal na praça. Vai na venda.
Feitas as compras. Encontra o vizinho que lhe oferece carona de volta.
Em casa, o menino pergunta: E o cavalo, pai?
Esqueci na cidade. Volte lá pegar, Zeca.
 
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O português
Durval estava com fome e falou ao Manoel:
- Chefe, vou dar um pulinho na padaria e já volto!
- Para quê? Podes pular cá mesmo.
 
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O fio da navalha
Na praça pública,
O carrasco, de machado em punho, lentamente, sobe os degraus.
Sobre o cadafalso, o décimo segundo condenado aguarda a execução.
O rei outorga um último desejo.
O réu, sem hesitar, expressa:
- Por favor! Antes, afiem a lâmina.
 
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Ramsés, 
o mágico
Com dificuldades de separar o trabalho da vida privada,
Ramsés parou de fumar.
Impossível acender o cigarro com um coelho.

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