COLUNISTAS

Os brasileiros, em sua maioria, reprovam o trabalho das instituições que conformam o chamado “estado democrático de direito”. Não se trata, bem entendido, de uma novidade, mas sim de uma situação que se prolonga no tempo e que foi reafirmada na mais recente pesquisa do instituto Datafolha. Os números são desanimadores, havendo baixa satisfação da população em relação ao Legislativo e ao Judiciário. O Executivo, representado pelo presidente da República, tampouco é poupado, não gozando de aprovação majoritária.

No caso do Supremo Tribunal Federal, 27% dos brasileiros declaram aprovar o seu trabalho enquanto 38% reprovam, uma diferença de mais de 10 pontos percentuais. Quando é mensurada a confiança, 24% dos entrevistados dizem não confiar no STF e 40% possuem baixa confiança. Não há, por isso mesmo, um sentimento positivo e majoritário em relação a nossa Suprema Corte.

Em situação similar encontra-se o Congresso Nacional. Conforme o Datafolha, apenas 18% dos brasileiros consideram o trabalho dos parlamentares ótimo/bom, enquanto 35% avaliam como ruim/péssimo. São números obviamente ruins, sobretudo porque o Congresso é composto por representantes da população que, por sua vez, avaliam-no negativamente. Os números do presidente da República tampouco mostram-se promissores: 38% consideram o governo ótimo/bom e 30% ruim/péssimo. Com esse índice de aprovação que ostenta hoje, bem abaixo dos 50%, seriam baixas as chances do petista conquistar a reeleição.

Todos esses números desnudam a insatisfação e falta de confiança de boa parte dos brasileiros em relação a suas instituições representativas e judiciais. Há um desânimo que se manifesta na pesquisa do instituto Datafolha. E o pior, nesse contexto, é que as instituições nada fazem para melhorar suas imagens, atuando de maneira corporativa para maximizar seus próprios interesses e protegerem-se mutuamente. Atentem para o nível da nossa democracia representativa.