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A briga entre Elon Musk e Alexandre de Moraes 12/04/2024

No último final de semana, uma nova desavença tomou conta das redes sociais. O dono do X, Elon Musk, decidiu atacar o ministro do STF Alexandre de Moraes. O X, popularmente conhecido pelo seu nome anterior, Twitter, é uma rede social que permite aos usuários enviar e receber atualizações pessoais de outros contatos em textos de até 280 caracteres. As atualizações são exibidas no perfil de um usuário em tempo real e também enviadas a outros usuários seguidores que tenham assinado para recebê-las. As atualizações de um perfil ocorrem por meio do site do X. O serviço é gratuito pela internet. 
A briga entre Musk e Moraes foi parar na justiça. O ministro atua nos inquéritos das milícias digitais que investiga ações orquestradas para disseminar fake news e as ações do dia 08 de janeiro, ações que investigam a tentativa de golpe após as eleições presidenciais de 2022. 
Nos últimos tempos, o ministro tem determinado o bloqueio das redes sociais de alguns investigados pois, segundo ele, essas pessoas estariam se ocupando das plataformas para cometer práticas irregulares.   
Indignado com a situação, Musk confrontou o ministro perguntando em uma postagem do porquê que ele estaria exigindo tanta censura no Brasil. Além disso, ameaçou reativar as contas bloqueadas por determinações da justiça brasileira, mesmo que isso custasse o fechamento da empresa no Brasil.  
Para o ministro Alexandre, Musk cometeu práticas irregulares ao usar suas redes sociais para espalhar desinformação e desestabilizar as instituições do estado democrático de direito. Assim, determinou que Elon Musk seja investigado em um novo inquérito, incluindo o bilionário na lista dos investigados no inquérito das milícias digitais. Caso Musk resolva reagir em contas irregulares, com o desbloqueio dos perfis proibidos, uma multa no valor de cem mil reais por dia, foi estipulada. 
Entre essas contas estão as do blogueiro Allan dos Santos, do empresário Luciano Hang, do ex-deputado cassado Daniel Silveira, do jornalista Oswaldo Eustáquio, do ex-deputado Roberto Jefferson, entre outros. Eles são acusados de propagar ideias antidemocráticas que atentam contra o Estado democrático brasileiro. Eles negam essas acusações.
Na decisão, Moraes diz ser inaceitável, que “qualquer dos representantes dos provedores de redes sociais e de serviços de mensageria privada, em especial o ex-Twitter atual “X”, desconheçam a instrumentalização criminosa que vem sendo realizada pelas denominadas milícias digitais, na divulgação, propagação, organização e ampliação de inúmeras práticas ilícitas nas redes sociais, especialmente no gravíssimo atentado ao Estado Democrático de Direito”.
Musk afirma que "brevemente, X publicará tudo o que foi exigido por @alexandre e como esses pedidos violam a lei brasileira. Este juiz tem descaradamente e repetidamente traído a constituição e o povo do Brasil. Ele deveria renunciar ou ser impugnado", anunciando que irá desrespeitar decisões judiciais tomadas pelo Supremo.
Países como a China, a Rússia, o Irã, a Coreia do Norte, Mianmar e Turcomenistão o X ou Twitter é bloqueado. O que chama atenção é o modo como os regimes políticos desses países controlam o fluxo de informação. A China restringe desde 2009 o acesso a várias plataformas. A Rússia, o Irã, a Coreia do Norte, da mesma forma. 
Este panorama global de controle da Internet levanta questões fundamentais sobre a liberdade, a democracia e o poder dos governos sobre a informação na era digital. A decisão brasileira contra Elon Musk e o X não é um caso isolado, mas faz parte de uma tendência maior de disputa pelo controle da informação.
A briga - entre Elon Musk e Alexandre de Moraes - segue na justiça. 

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