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Como será a Argentina de Milei - o presidente mais votado da história do país? 24/11/2023

Javier Milei conquistou a liderança histórica de votos. Bateu recorde e foi o presidente mais votado da história da Argentina. Obteve mais de 14 milhões de votos no pleito do último domingo.
Novato na política, assume já em 10 de dezembro deste ano. Em seu primeiro discurso prometeu reconstruir a Argentina, reduzindo cortes radicais e negociando com todos os países do mundo livre. No documento oficial enviado à Justiça Eleitoral, as principais propostas de Milei são eliminar gastos improdutivos do Estado e diminuir o tamanho do Estado, ou seja, reduzir a atuação do Estado as suas funções básicas.
A Argentina, castigada por uma inflação galopante e um nível de pobreza alarmante, ironicamente, elegeu para presidente um candidato defensor de um ajuste fiscal brutal, de fazer inveja até ao Fundo Monetário Internacional, como afirmam os jornais argentinos. 
Porém, o novo presidente encontrará um cenário adverso no Congresso, onde não terá a maioria. Não à toa, crescem as dúvidas sobre como, afinal, ele levará adiante suas promessas, pois possui grande dificuldade de dialogar com forças políticas que não são de direita. De qualquer forma precisará negociar se quiser cumprir a promessa de reverter o crescente endividamento e tirar os milhões de argentinos que estão abaixo da linha da pobreza. 
O certo é que não vai ser fácil livrar a Argentina do estado em que se encontra. A situação vai exigir de Milei uma soma de forças para enxugar a máquina e retomar o crescimento, controlando a infração e olhando para as dívidas do país.
Falando pelo lado do povo argentino, que almeja mudanças urgentes, penso que se decepcionarão em um primeiro momento, porque a solução para a infinidade de problemas que a esquerda deixou, não chegará a um estalar de dedos. 
Olhando para os reflexos da vitória de Milei, em relação ao Brasil, a situação também é complicada. É certo que nós, brasileiros, precisamos contar com vizinhos fortalecidos para que também possamos nos desenvolver mas, se Milei possui uma grande incapacidade de comunicação e negociação com forças públicas fora da direita, será que ele irá negociar com países com regimes que não lhe agradam, como o nosso? 

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