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Brasil - 120 anos de economia 20/10/2023

Como sabemos, nem sempre tivemos épocas áureas desde a primeira presidência do país, após a proclamação da República. Saímos de trabalhos braçais em poucos setores da economia, para a mecanização de processos e etapas fabris. Momento em que as culturas cultivadas nem sempre foram as atuais, vide a época áurea do café e da cana de açúcar. 
Nos últimos 80 anos, desenvolvem-se os setores agropecuário, indústria e serviços, chegando aos volumes atuais explorados. 
Entre os anos 1900 e 1949, o Produto Interno Bruto (tudo que é produzido no Brasil), aumenta em uma proporção de 63 vezes, tendo continuidade nos anos 50 e 60, em torno de 90% para cada período. 
Já, nos anos 70, a economia brasileira cresce em torno de 124%, atingindo seu índice mais alto até então. Esse processo, deveu-se aos choques do petróleo, seguidos pela crise financeira que abalou a economia. Foi exatamente neste momento, que começou a comportar-se de forma menos impactante, onde na década de 80, o PIB cresce 56%; anos 90, 23% e de 2000 a 2020, atinge um crescimento de 33%. 
A década de 80, como já exposto, sofreu uma reversão de crescimento em seus primeiros tempos, devido a dívida pública e a hiperinflação entre os anos de 1985 a 1990. Muitos economistas referem-se tal período como a década perdida, até porque, a partir daí, até 1999, vivenciamos a implementação do Plano Real, que propiciou a volta da estabilidade dos preços. 
 
INDÚSTRIA
No contexto indústria ou de industrialização, os momentos de maior êxito, foram entre o período de 1960 a 1979, onde, mesmo com a crise petrolífera, muitos processos de industrialização foram consolidados, embora a base de custos altos, com a dívida pública também crescendo. Não podemos desconsiderar que não somente a iniciativa privada, mas também a pública, tornaram isso possível, pois foi um período de muita construção, como pavimentação de estradas e desenvolvimento das atuais hidrelétricas, cuja as quais, o país ainda detém o controle acionário. 
Inclui-se nessa era também, a própria construção de Brasília, idealizada pelo então presidente Juscelino Kubitscheck, com o jargão já conhecido “50 anos em cinco”, passando a ser a atual capital brasileira.  
Saltando para o momento atual, década iniciada em 2020, não se vê desempenhos notáveis no PIB, tampouco modestos, com aumento de 3% entre 2010-2019 (assunto já abordado em outra coluna). Neste período os segmentos de transformação e Construção já tiveram resultados negativos, e seus reflexos, virão nos anos que dão sequência a este período econômico. 
Pode-se afirmar sobre o auge da produtividade agropecuária e agrícola nos últimos 25 anos, bem como, a extração de minérios e ferro, cujo o Brasil é o maior exportador destas commodities. Em relação a indústria e construção, valida-se um crescimento também nesse período, embora em menor proporção, e o segmento de serviços que acompanhando o comportamento dos anteriores, igualmente atingiu patamares de Ascenção não antes observados. 
A produtividade da extrativa mineral cresce até 2003, fica estagnada até 2014 e volta a crescer a partir daí; seu valor é hoje 330% superior ao valor de 1985. Essas melhorias coincidem e são consequências de dois fatos importantes. O primeiro refere-se à privatização da Vale do Rio Doce em 1996; o segundo refere-se ao anúncio pela Petrobrás da descoberta do pré-sal em 2007. Esses eventos aumentaram a produção e a produtividade da exploração dessas commodities.
Em suma, o Brasil comportou-se de forma destacável no século XX até o fim dos anos 70, devido a forte industrialização.
A partir de 1980, as taxas do PIB, dão início a uma queda, pois temos concorrentes no mercado internacional e isso impacta diretamente no desempenho econômico, momento onde há um brusco endividamento do país. 
Algo certo a se verificar é que a economia em nosso País somente crescerá, com incentivos a indústria de transformação, permeadas em investimentos em tecnologia os quais permitam a inovação e aumento de produtividade, uma vez que o atual modelo já está envelhecido e obsoleto.  
Como já citado, há um longo tempo, operações produtoras de commodities como: agropecuária; agricultura; extrativismo mineral, dentre outras atividades em menor proporção, sustentam a elevação das taxas de crescimento, porém não são suficientes para alavancar a economia. 
 
CENÁRIO ESTAGNADO
Assim, e de forma que não nos acalma temos um cenário econômico atual, estagnado, onde o lado positivo são as commodities e a indústria e serviços, da mesma que forma que o negativo é que só temos isso. O que tentamos demonstrar, é que existe em caráter de urgência, uma necessidade de implementação de políticas públicas que incentivem não somente esses, mas todos os segmentos da economia, para que a operação Brasil, possa ser fomentada e gere recursos não somente econômicos, mas que tornem o cenário equilibrado, o que já sabemos, pode levar décadas para que isso ocorra. Basta analisarmos os fatos históricos ocorridos em tempos passados, mencionados nesta mensagem, e o crescimento econômico do país, é total dependente da produtividade e celeridade do Congresso Nacional.

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