COLUNISTAS

A influência da Selic na valorização do real 23/06/2023

Segundo economistas, mesmo com os juros altos e ambiente econômico interno favorável, real deve seguir valorizado, o qual atingiu o menor patamar de paridade frente ao dólar nos últimos 12 meses. 
Ao iniciar o mês de junho,  o real vem se mantendo valorizado frente ao dólar, onde se mantém abaixo dos R$ 5,00, o que significa que a moeda é sustentável, vide que os juros mantêm-se atrativos e ainda, o ambiente econômico favorável. 
Mesmo com previsões de queda da Selic para a partir de agosto, o real deverá ainda ficar nesse limiar. Ainda que contraditório, os juros altos no país são um fator importante para a sustentação do real, o que atrai  o capital em renda fixa global para o Brasil. Porém, esse não é o único fator que interfere no fortalecimento de nossa moeda. 
Outro fator que auxilia nesse contexto, é o superávit da Balança Comercial (exportações x importações), o que tem sido alavancado pelas exportações de commodities como o segmento do agronegócio. Tais importações, promovem a entrada da moeda americana no país, e também contribuem para o enrijecimento do real. 
Tal circunstância, abrange além da safra e exportação de soja, os segmentos de minério e petróleo, os quais também aumentam o volume exportado, tendo a balança comercial registrado o maior superávit desde 1989, tendo o país exportado 11,378 bilhões a mais do que o volume de importações em maio. 
Assim, tem-se um superávit acumulado de US$ 35,285 bilhões nos cinco primeiros meses desta ano.  Como citado acima, é o mais alto volume para o período e 39,1% superior ao dos mesmos meses do ano passado.
 
Relação entre Selic e o 
Real Valorizado
Em agosto de 2022 o Copom (Banco Central) aumentou a Selic de 13,25% ao ano para 13,75% ao ano, o qual foi o 12º aumento consecutivo na taxa de juros. Daquela decisão até presente momento a mesma se manteve neste percentual. No início desta semana, entre dias 19 e 21/06, o mercado está na expectativa, devido a nova reunião do Copom, o qual já anunciou a projeção para uma queda da taxa para o próximo mês de agosto. Logo,  o real deve manter-se valorizado, o que torna o mercado brasileiro atrativo para investidores estrangeiros, que captam dinheiro lá fora, a uma taxa infinitamente menor que a Selic, e investem no Brasil. 
As incertezas em relação a economia no país, foram apaziguadas em detrimento da aprovação da Arcabouço fiscal, uma leitura no total do Produto Interno Bruto maior que o primeiro trimestre e ainda, o andamento da reforma tributária. 
Assim, o governo deverá mirar para que se cumpra o superávit primário e a responsabilidade fiscal, fazendo com que o Banco Central inicie o corte de juros no último trimestre de 2023 e durante 2024. Há ainda a influência de economias de outros países, como os EUA, o qual já está equilibrando  suas taxas de juros, o que também reflete na manutenção da valorização do Real. 
Obviamente que nem tudo são flores, e ainda mais em se tratando de economia, o governo deve evitar que o orçamento público se porte de forma negativa, ou seja, com mais gastos do que receitas, e também, historicamente sabemos que mesmo o real estando com perspectiva linear de valorização, podem haver oscilações devido aos capitais estrangeiros, como mencionado anteriormente. 
A primeira lição da economia é a escassez: nunca há o bastante de algo para satisfazer todos aqueles que o querem. A primeira lição da política é ignorar a primeira lição da economia.
Thomas Sowell 

Outras colunas deste Autor