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Origem da chula 05/04/2024

A chula é uma dança e tipo de canção de origem portuguesa, já referida em fins do século XVII. 
Como dança, sua existência no Brasil está documentada pelo menos desde o princípio do século XIX.
Os autores veem-na, ora como dança singular, ora como música destinada a várias danças populares. 
Quando é dança singular, o único dançarino tira aquele que o substitui, e assim sucessivamente, até que chega a vez do tocador, quando termina a dança.
A chula se liga entre nós à noção de dança violenta, lasciva, sapateada, requebrada, acompanhada de palmas, e em que costuma aparecer também a a umbigada.
A chula-dança mantém-se no Rio Grande do Sul, executada preferencialmente por homens, numa coreografia agitada e difícil. 
Na Bahia, chula designa genericamente as toadas alegres e vivas e se canta, como refrão, em ternos e ranchos-de-reis.
Como o lundu, de onde provém, evoluiu de dança para canção solista, na forma de um sambinha em frase regular e repetida por vezes. 
No Crato (CE), chula é apenas um canto, algo como uma embolada, ao som do qual as mulheres dançam sambas.
Em São Paulo, a chula foi registrada como dança de fandango: os pares não se enlaçam nem se tocam, o cavalheiro fica chulando diante de sua dama, que requebra enquanto ele se contorce até encostar os joelhos no chão.
A chula-canção, nos exemplos conhecidos, apresenta a alternância do ritmo sincopado afro- brasileiro, com séries de valores iguais (geralmente semicolcheias), muitas vezes construídas sobre um único som.
Ainda é frequente apresentar alguns desenhos melódicos nitidamente portugueses, lembrando sua origem.
É acompanhada por violões, e a chula-dança, por violão, cavaquinho, viola, pandeiros, castanholas ou imitação delas com os dedos. Alguns autores incluem ainda, no instrumental, o ganzá e o caxambu.
 
A chula no Rio Grande
A chula caracteriza-se pela agilidade do sapateio do peão ou de diversos peões, em disputas. 
A masculinidade da dança, num desempenho solitário, sapateando sobre uma lança estendida no salão, retrata a imponência do peão, forjada pelas intempéries das campanhas e a coragem das lutas, na guarda de seu chão.
A chula serviu de verdadeiro tira-teima, entre peões, nas tropeadas de mulas e cavalos da Capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul para São Paulo. 
Tudo era decidido na agilidade dos sapateios, sob a expectativa dos companheiros. Fontes: http://www.guapos.com.br/mx/manchete.php?idmanchete=54 in "Porto Alegre: Martins Livreiro Editor, 1989; Enciclopédia da Música Brasileira.
 
** Grupo Gratidão esteve realizando confraternização de Páscoa com as crianças do Lar da Menina, na quarta-feira passada, dia 27 de março. 
A intenção é proporcionar momentos de carinho e atenção para as crianças. 

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