Durante entrevista ao Folha News, o responsável pelo Departamento Municipal de Trânsito de Lagoa Vermelha, Gesiel Toledo, trouxe uma análise sincera e realista sobre um tema que, embora recorrente, continua sendo um dos maiores desafios da mobilidade urbana: a viabilidade do transporte coletivo.
Gesiel reconheceu, de forma direta, que hoje o modelo tradicional de transporte coletivo é inviável para Lagoa Vermelha, principalmente por conta da cultura local de deslocamento curto e do uso individual de veículos. A cidade tem dimensões que permitem ir de um ponto ao outro em cerca de 10 minutos — e, para muitos, isso torna mais prático o uso do próprio carro ou moto do que aguardar por um ônibus ou van.
"A cultura do laguense é pelo deslocamento individual. Muitas vezes, a pessoa prefere ir com o seu carro, mesmo em trechos pequenos. Esperar por transporte público, fazer rotas longas, com paradas, não se mostra atrativo diante da realidade local", afirmou.
O estudo técnico mais recente elaborado pelo município chegou à conclusão de que seriam necessários, no mínimo, quatro veículos — entre ônibus ou vans — partindo de pontos distintos da cidade, para atender à demanda com uma certa eficiência. No entanto, a baixa adesão e a falta de passageiros fixos tornam o modelo economicamente insustentável.
Gesiel lembrou ainda da experiência da empresa responsável pelo fretamento dos trabalhadores da área industrial. O serviço, que já chegou a operar com 13 ônibus, hoje funciona com apenas quatro ou cinco, reflexo da adesão cada vez menor dos usuários.
“Essa redução mostra como a população prioriza o deslocamento próprio, mesmo tendo o transporte disponível. Muitas vezes, os trabalhadores vendem a própria passagem e optam por usar seus carros ou motos. E a gente vê os pátios das empresas lotados de veículos”, comentou.
Diante dessa realidade, o Departamento de Trânsito estuda alternativas mais viáveis e flexíveis, como o modelo de táxi-lotação — já autorizado por lei no município. O formato permitiria a circulação de vans com até 15 ou 20 passageiros, desde que se tenha regularidade e usuários comprometidos com a utilização do serviço.
“O desafio é cultural. Não adianta termos um modelo de transporte pronto se as pessoas não se engajam em usá-lo. O transporte coletivo precisa ser viável para quem opera e útil para quem utiliza”, analisou Gesiel.
A expectativa, segundo ele, é que o assunto volte a ser tratado com mais prioridade no segundo semestre da atual gestão, principalmente quando forem retomadas discussões sobre o estacionamento na área central. Um dos focos será justamente encontrar meios para reduzir o número de veículos estacionados o dia todo nas ruas, muitos deles pertencentes a trabalhadores do comércio.
Gesiel encerrou dizendo que, embora seja difícil implantar um sistema tradicional de transporte coletivo no modelo convencional, o município deve seguir debatendo soluções criativas, sustentáveis e adaptadas à realidade local.
A entrevista completa com Gesiel Toledo está disponível no canal do YouTube do Folha News: @folhanewslv.
Foto: Arquivo FN
Durante entrevista ao Folha News, o responsável pelo Departamento Municipal de Trânsito de Lagoa Vermelha, Gesiel Toledo, trouxe uma análise sincera e realista sobre um tema que, embora recorrente, continua sendo um dos maiores desafios da mobilidade urbana: a viabilidade do transporte coletivo.
Gesiel reconheceu, de forma direta, que hoje o modelo tradicional de transporte coletivo é inviável para Lagoa Vermelha, principalmente por conta da cultura local de deslocamento curto e do uso individual de veículos. A cidade tem dimensões que permitem ir de um ponto ao outro em cerca de 10 minutos — e, para muitos, isso torna mais prático o uso do próprio carro ou moto do que aguardar por um ônibus ou van.
"A cultura do laguense é pelo deslocamento individual. Muitas vezes, a pessoa prefere ir com o seu carro, mesmo em trechos pequenos. Esperar por transporte público, fazer rotas longas, com paradas, não se mostra atrativo diante da realidade local", afirmou.
O estudo técnico mais recente elaborado pelo município chegou à conclusão de que seriam necessários, no mínimo, quatro veículos — entre ônibus ou vans — partindo de pontos distintos da cidade, para atender à demanda com uma certa eficiência. No entanto, a baixa adesão e a falta de passageiros fixos tornam o modelo economicamente insustentável.
Gesiel lembrou ainda da experiência da empresa responsável pelo fretamento dos trabalhadores da área industrial. O serviço, que já chegou a operar com 13 ônibus, hoje funciona com apenas quatro ou cinco, reflexo da adesão cada vez menor dos usuários.
“Essa redução mostra como a população prioriza o deslocamento próprio, mesmo tendo o transporte disponível. Muitas vezes, os trabalhadores vendem a própria passagem e optam por usar seus carros ou motos. E a gente vê os pátios das empresas lotados de veículos”, comentou.
Diante dessa realidade, o Departamento de Trânsito estuda alternativas mais viáveis e flexíveis, como o modelo de táxi-lotação — já autorizado por lei no município. O formato permitiria a circulação de vans com até 15 ou 20 passageiros, desde que se tenha regularidade e usuários comprometidos com a utilização do serviço.
“O desafio é cultural. Não adianta termos um modelo de transporte pronto se as pessoas não se engajam em usá-lo. O transporte coletivo precisa ser viável para quem opera e útil para quem utiliza”, analisou Gesiel.
A expectativa, segundo ele, é que o assunto volte a ser tratado com mais prioridade no segundo semestre da atual gestão, principalmente quando forem retomadas discussões sobre o estacionamento na área central. Um dos focos será justamente encontrar meios para reduzir o número de veículos estacionados o dia todo nas ruas, muitos deles pertencentes a trabalhadores do comércio.
Gesiel encerrou dizendo que, embora seja difícil implantar um sistema tradicional de transporte coletivo no modelo convencional, o município deve seguir debatendo soluções criativas, sustentáveis e adaptadas à realidade local.
A entrevista completa com Gesiel Toledo está disponível no canal do YouTube do Folha News: @folhanewslv.
Foto: Arquivo FN