COLUNISTAS
Eduardo Leite ou Ratinho 14/11/2025
Meus amigos, dificilmente vamos escapar de nova polarização entre direita e esquerda nas próximas eleições presidenciais. Aliás, o que já ocorreu no pleito anterior quando Lula derrotou Bolsonaro, feridas foram abertas e ainda perduram.
Amigos e familiares foram separados em função do acirramento de ânimos na disputa Lula x Bolsonaro. As pessoas ficam cegas e surdas a qualquer argumentação que não esteja de acordo com seu pensamento de esquerda ou de direita. De um lado se acham "Deuses" e os do outro lado "Diabos". Isto entre amigos e famílias, fez muito mal a todos os brasileiros, um povo de paz e trabalho.
Desde guri gostei, me interessei por política. Lembro da campanha do General Henrique Teixeira Lott x Jânio Quadros. O General do PTB antigo e o Jânio da vassoura do Partido Libertador, o PL dos maragatos daquela época. Lembro de minha vó Anália Pinto de Andrade,"toreando os Berticos Maragatos", mas tudo dentro da maior farra e sem nunca melindrar a amizade entre um lado e outro.
Era um debate de ideias, sem ofensas, sem melindres, com respeito e levado com alegria. Era a boa e sã política que conheci ainda menino. De lá para cá tivemos o período da chamada Revolução de 64 quando o Congresso foi fechado, parlamentares cassados e a democracia muito ferida. Os direitos humanos foram jogados na cesta do lixo.
As pessoas tinham que se cuidar do que faziam e diziam. Podiam ser presas, torturadas, mortas. Muitos fizeram viagens sem volta no Oceano Atlântico em voos de aviões da FAB. Falo porque nesse período fui escrivão de polícia em Caxias do Sul e atuei na imprensa como redator de telejornal e rádio jornal. Senti de perto o peso e a força do lápis vermelho, nas matérias que eu escrevia e eram submetidas a "Censura Diária de um Tenente do Exército".
Muitas e muitas vezes vi as matérias sendo marcadas com um "X" e jogadas no lixo sendo obrigado a escrever outros textos. Felizmente, retornou a democracia em 1988 e de lá para cá, tudo mudou. Por pior que seja a democracia é mil vezes melhor que a mais branda ditadura. O argumento de que no tempo dos milicos não havia corrupção, não é verdade. Lembro de mil estórias de corrupção; envolvendo, por exemplo, a construção da Transamazônica.
Temos que combater sim a corrupção, especialmente da parte dos políticos e das esdrúxulas emendas parlamentares, sem prestação de contas.
Democracia é um processo que se aprende fazendo. Temos que buscar sempre o melhor. E, na minha opinião, para as próximas eleições presidenciais, o melhor é termos opções entre direita e esquerda, sair da polarização burra.
Estou vendo movimentação neste sentido e considero que tanto o governador Ratinho, do Paraná, quanto Eduardo Leite, nosso governador, são excelentes opções para o Brasil fugir da polarização doentia. O tema é sério e fica a reflexão. Voltaremos ao tema, com certeza. Até a próxima semana se Deus quiser!
TEMPOS DE PRIMAVERA COM NOVAS ESPERANÇAS. Está sendo assim esta primavera multifacetada com inverno, verão e outono, calor, frio e chuvas entreveradas, devolvendo a esperança no campo.
OS PRIMEIROS RESULTADOS já foram altamente positivos nas culturas do trigo, cevada e aveia que estão sendo colhidos. Alta qualidade e boa produtividade.
FALTAM BONS PREÇOS. Mas esta é outra questão que não envolve o clima e a primavera nada tem a ver com isto. Situações de mercado, lei da oferta e da procura, além de custos de produção.
O IMPORTANTE É QUE TIVEMOS UMA BOA SAFRA DE INVERNO. Dá para se dizer que foi excelente. E, terminada a colheita, vem em seguida o plantio da soja, carro chefe de da safra de verão.
MILHO EM FASE DE CRESCIMENTO. Já que seu plantio ocorre em fins de agosto e setembro, apresentam excelente desenvolvimento e estão só pela continuidade de tempo bom, com chuvas bem distribuídas.
SE TAL ACONTECER vem aí uma excelente safra de milho. E, com milho no galpão, os cachorros acoam grosso e os garnisés cantam sentados, como dizia Tio Campolim...
TENDO MILHO NUMA PROPRIEDADE não existe carestia e tudo vai bem. Sou do tempo de moer o milho no "Moinho Velho do Tonhão”, fazer a farinha o rolão, a quirerinha, sem falar na farinha germinada bem fininha.
E DO TRIGO, ENTÃO. A farinha pura, branquinha e o rolão que dava saborosas "roscas", preparadas para a criançada na escola, ou merenda dos peões.
COISAS SAUDÁVEIS que estão voltando, vagarosamente, no sitio e nas cidades. Pena que no tempo da Revolução tenham acabado com os Moinhos Coloniais. Só restaram alguns, para museu. Erros imperdoáveis que custam caro à saúde e bem- estar.
INAUGURAÇÃO DA ESTRADA E MUITA FESTA neste fim de semana no Capão Bonito do Sul. A ERS 461, que vai do Pinheiro Rachado, na BR 470, até a sede do município, está pronta, pintada e muito bem sinalizada.
PRESENÇA DO GOVERNADOR EM EXERCÍCIO, GABRIEL SOUZA. Será um marco importante nesta conquista da comunidade regional, dada a importância da obra para a economia e o desenvolvimento da comunidade.
OS ATOS SOLENES COM O CORTE DE FITA Devem ocorrer no Lajeado dos Ivos, junto a ponte de mão única. Existe uma movimentação de lideranças em busca de apoio para construção de uma ponte nova.
MIL PESSOAS SÃO ESPERADAS nos atos inaugurais e no Churrasco de Cordeiro Mamão, que está em sua 18ª edição, nas dependências do Gaúcho Futebol Clube na sede do Capão Bonito.
ESCRITORES AGRADECEM - Na terça feira passada, poetas e escritores lagoenses, representados pela APELV foram recebidos em audiência pelo prefeito Eloir Morona. Na ocasião, levaram seu agradecimento ao chefe do Executivo pelo apoio recebido durante a Feira do Livro.
Cabanha 53 está de luto
Seu Ruy Selbach Barreto nos deixou para sempre, depois de enfrentar com valentia sequelas de um acidente automobilístico. Internado em Passo Fundo, lutou bravamente pela vida, mas a morte o venceu nesta batalha. Nos deixou semana passada quando eu estava em Porto Alegre e nem pude comparecer para prestar a ele minhas despedidas e os pêsames a todos os familiares, em especial ao Rui Júnior que dá sequência ao sacerdócio de criar e aprimorar uma raça bovina como fez com a Santa Gertrudes.
Aliás, uma das poucas Cabanhas que tem lugar cativo na Expointer. Sim, não tem expositor que não tenha conhecido, conversado e cumprimentado o seu Ruy Barreto da Cabanha 53, sempre recebendo distinções, rosetas e troféus de Grande Campeão e Reservado de Campeão, linguagens da pecuária de excelência que fazia.
Lembro do Ruy Barreto, sempre inteligente, uma águia, um homem além de seu tempo. Passou quando moço, vindo das bandas do André da Rocha e Veranópolis, em primeiro lugar no concurso do Banco do Brasil. Fixou residência em Lagoa Vermelha, casou com uma moça da família Bombassaro com quem teve seus filhos, que hoje seguem seus passos na pecuária.
Caiu um lutador que nunca se entregou. Mesmo nos momentos difíceis do confisco da soja pelo Delfim Neto e na inflação do Sarney, esteve na frente dos combates. Lembro dele em cima de um caminhão defronte a Matriz São Paulo, proferindo profunda reflexão sobre os rumos da Agricultura e o processo de endividamento agrícola de então.
Combateu o bom combate. Deixou rastros positivos e marcas profundas no seio da comunidade e, em especial, serviu de exemplo a seus filhos e netos que seguem sua senda vitoriosa com a Cabanha 53. O Ruy não morreu, está presente entre nós o seu exemplo de amor e garra ao fazer o que se gostava. Criar e cuidar bem do gado Santa Gertrudes na sua Cabanha 53.
Um abraço amigo velho, leitor firme e lúcido crítico de meus escritos na Folha do Nordeste a quem deixo minha eterna homenagem, extensiva a seus amigos e familiares.


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