COLUNISTAS
Nada de novo no Rio 31/10/2025
Na verdade, não há nada de novo nessa operação da polícia do Rio de Janeiro contra uma facção criminosa realizada na terça-feira. É a rotina daquele Estado, cuja capital encontra-se, em boa medida, controlada territorialmente por grupos que eu considero insurgentes e, por isso mesmo, inimigos das instituições estatais estabelecidas. Desta vez o número de bandidos mortos foi alto, porque resistiram e trocaram tiros com as forças de segurança. Muitos outros bandidos se entregaram, sobreviveram e estão presos. Mas, como disse, não há nada de novo no front.
Uma verdadeira guerra civil se estabelece na cidade do Rio há décadas, com facções criminosas, milícias e máfias dominando uma parte significativa do território e impondo um regime de violência, terror e medo às populações. O Estado, neste ponto, é incapaz de assegurar o exercício da soberania do território, pois não o controla e seus agentes de segurança não podem pisar em qualquer lugar. É uma vergonha, mas é a realidade.
A situação está tão descontrolada que uma operação para tentar prender traficantes precisa envolver um efetivo de dois mil policiais, um número enorme. A quantidade de bandidos mortos e presos, que brotavam das vielas da favela, também mostra o quanto de gente serve a essas facções, sendo recrutados desde muito jovens. O Estado, que deveria prover educação, segurança e saúde, é ausente, abrindo espaço para que parte da juventude seja tragada para o crime.
No Rio Grande do Sul, mesmo com todos os problemas de segurança, ainda estamos longe das cenas que vimos na televisão durante a semana. Aqui ainda há uma certa segurança, na comparação com lá. Mas é preciso ficar atento, porque a situação do Rio de Janeiro é produto do desleixo do Estado para com a segurança e de uma histórica tolerância pelos pequenos crimes, que evoluem para os grandes. A segurança do Rio de Janeiro faliu, todos sabemos. O governo só enxuga gelo. Nem Exército, nem qualquer outra força pode resolver aquilo lá. É um caso perdido.


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