COLUNISTAS
Nos Finados, a nossa saudade 31/10/2025
Dia de Finados é data mundial respeitada pelos povos do mundo. É dia dedicado para referenciar entes queridos que passaram por nossas vidas deixando pegadas indeléveis em nossos corações. A data é sugestiva para visitar túmulos e acender velas, seguindo antiga tradição. Na véspera, limpezas, pinturas e restaurações são atos tradicionais.
O tema da morte é extremamente difícil de ser pensado e aceito, por isso mesmo muitos vão vivendo a vida sem tomar posição realista de que um dia terão um fim. Esquecem de que os desígnios de Deus, para nossas vidas, podem ser diferentes daquilo que pensamos. Por essa razão o homem deve se esforçar para traçar o melhor caminho durante sua existência.
Dizem que é preciso ser desassombrado em relação à morte, porque se damos a ela muito cartaz acabamos com medo da vida. Pode ser, mas é melhor estar preparado com algumas posições: fé no futuro, confiança na justiça de Deus e lembrar que na vida não vale tanto o que temos, nem importa o que somos. Vale o que realizamos com aquilo que temos e, acima de tudo, importa o que fazemos de nós. Essa é a grande verdade.
Bem, mas o momento é de saudades, como disse o poeta gaúcho Paulo Mendes, que nos empresta carona em seus versos: “Na tumba que dorme plácida e taciturna, a nossa lembrança. Nas flores depositadas sobre a pedra dura, a nossa saudade. A recordação que chega a doer daqueles se foram assim, como esses ventarrões de primavera, que balançam os galhos das taquareiras e dos arvoredos. Ah, esses ventos tristes de novembro que reavivam memórias e atiçam os tições da história. A gente se para a olhar para os jazigos onde restam quase nada dos corpos, mas da nossa cara saltam lágrimas fugidias.
Era o amigo de infância que cedo partiu. Era o colega de colégio... Era aquele familiar tão querido que não conseguimos nem dar nosso último abraço. São tristezas moribundas, toscas e tétricas, que vêm engarupadas a nos azucrinar, cravando em nossos peitos suas adagas retorcidas de dor. São comezinhas essas ventanias que trazem cheiro de passado, de Campo Santo, de umas lembranças tão amigas, tão amadas, tão sentidas. Às vezes, chega a ser doce essa saudade, porque é nossa. Mas como dói”.
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OS IMPROVISOS DO PRESIDENTE - Em 30.04.2005 escrevi que “O presidente Lula é um homem bom e cheio de boas intenções, e o Brasil até tem avançado em alguns setores a partir de seu governo. Mas Lula não é nenhuma sumidade gerencial, e nem poderia ser diferente. É lutador, laborioso e alegre, mas despreparado culturalmente, o que o torna, muitas vezes, quase incompatível para o cargo de chefe da nação. E quando deixa de ler seus discursos é que aparece o problema. Sai fora da realidade, o que é perigoso, porque acaba dizendo o que não devia dizer”. Deste então, vinte anos se passaram e nosso presidente continua o mesmo, faz parte do grande grupo de gente que diz sempre o que pensa, mas nem sempre pensa o que diz.
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A GUERRA - Encerro esta coluna na quarta, em plena ressaca da “guerra” no Rio de Janeiro, uma situação vexatória que afeta a imagem do país e assusta o povo do morro. O problema é complexo e difícil de resolver, medidas deveriam ser tomadas há muito tempo. A falta de ação no passado agora cobra o seu preço. É um desafio enorme que não vai ser solucionado com politicagem. Mais do que nunca, estamos definitivamente convocados a orar pelo destino do Brasil. No fim, um abraço aos amigos Ana/João C. Ferri e Kelly/Marcelo Serena. É gente que lê a Folha.


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