COLUNISTAS
Favores são dÃvidas 24/10/2025
Recentemente escrevi neste espaço sobre o endividamento dos brasileiros, a chamada inadimplência, que é a ausência de pagamento daquilo que adquirimos ou usamos. São dívidas oriundas da aquisição de bens para nossa sobrevivência cotidiana, como impostos, carnês, luz, água, entre outros, que têm que ser pagos com dinheiro. São dívidas civis.
O assunto que trato hoje é sobre dívidas humanas, como favores, por exemplo, que não são pagas com dinheiro, senão em forma de agradecimento ou retribuição. Antes, importa lembrar que os bens do mundo pertencem a um Ser Superior, visto que nada disso é nosso e quanto se parte para o além nada se leva.
Em verdade o homem é um mero administrador de bens colocados à sua disposição, logo deve fazer bom uso de tudo quanto recebe. Como consequência, nesta vida o homem depende de seu semelhante, um precisa do outro e, para que tudo vá bem, ajudar-se mutuamente é lei natural.
Um exemplo, para melhor entendimento: em tempos de acadêmico certo dia me encontrava na fila do caixa de um supermercado, juntamente com o colega Cerci Andreani, mas a coisa não andava, empacou, quando uma pobre mulher, ao fazer suas compras, ultrapassou seu mísero dinheirinho, enrolado em sua mão, e teve que deixar alguns itens para traz, como açúcar e leite, essências para o lar, com certeza.
Um fato comovente, sem dúvidas, mas com um final inédito. O amigo Cerci era reconhecido por sua inteligência, firmeza em seus atos, e destemido. Diante do acontecimento, imediatamente falou para o caixa: “pode passar, nós pagamos os ítens”. Ato realizado, ao sairmos a humilde senhora, que não arredou o pé, pediu como faria para pagar o favor. Ao que o Cerci respondeu: “a senhora não me deve nada, eu é que estava lhe devendo”.
“Mas como, se eu não lhe conheço...” Explico, retrucou o Cerci: “certa vez me encontrei em situação idêntica e uma pessoa pagou meu débito, dizendo: Não me agradeça, faça o mesmo à primeira pessoa que precisar de ajuda...” Confesso que foi gratificante testemunhar um homem pagando a conta do bem. Conclusão: quem não paga favores recebidos é um eterno devedor. Até porque a benevolência mútua é o fundamento das virtudes sociais.
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FEMINICÍDIO - É assunto indigesto, que apesar de ser tratado exaustivamente pelas autoridades e pela sociedade esclarecida, não evolui. Essa situação leva-nos a pensar que somente a cultura pode colaborar para o fim dessa onda criminosa, uma vez que a massa populacional carece de conhecimento, porque não lê, não assiste jornais e não procura melhorar. Somente a educação e a cultura podem conscientizar os homens sobre a gravidade dos maus tratos e do feminicídio. O espaço é curto para tratar do assunto, mas não podemos deixar de lado a questão do ciúme, que é um verme roedor que mina o íntimo do indivíduo, e da possessividade, que é o sentimento e a necessidade de controlar e sentir-se dono da outra pessoa. Enfim, a falta de informação e a desconexão com a realidade são situações agravantes.
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PNEUMONIA - Em tratamento para curar uma broncopneumonia, nada pude ver da Feira do Livro, mesmo morando a uma quadra do local. E o que sei, foi através das rádios e da voz do povo, indicadores de que o evento foi coroado de êxito. Foram momentos de cultura, alegria e muita felicidade. Parabéns, valeu o esforço de muita gente. No fim, um abraço para a Doceria Fabi Zilio, adoçando a vida com tortas incríveis. É gente de Caseiros que lê a Folha.


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