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Missões Jesuíticas 26/09/2025

As missões jesuíticas foram uma estratégia da Coroa Espanhola para colonizar a América.
Os povoados seguiam o modelo urbano espanhol, compostos por praça, igreja, colégio, oficinas, hospitais, hortas e moinhos.
A administração ficava sob responsabilidade dos padres da Companhia de Jesus, enquanto a maior parte dos habitantes era formada por indígenas. Os nativos eram instruídos a abandonar seu modo de vida nômade, poligâmico e politeísta.
As missões não se restringiram ao Rio Grande do Sul, estando presentes em toda a América Espanhola. Paraguai, Bolívia, Peru, Argentina, México, Califórnia, Flórida e Texas são alguns exemplos de locais que abrigaram reduções jesuíticas.
No século XVII, várias missões foram fundadas no atual oeste brasileiro, então território espanhol. Em 1682, surgiu a primeira missão no Rio Grande do Sul: São Borja. Até 1707, seriam criadas outras seis: São Luís Gonzaga, São Nicolau, São Miguel Arcanjo, São Lourenço Mártir, São João Batista e Santo Ângelo Custódio. Esses territórios ficaram conhecidos como os Sete Povos das Missões, integrantes da Província Jesuítica do Paraguai.
As comunidades enfrentaram constantes conflitos com bandeirantes, que raptavam indígenas para trabalho escravizado, e com militares portugueses, que atacavam e reivindicavam as áreas. Embora algumas reduções tenham conseguido manter um modo de vida pacífico, outras acabaram em confrontos. Além disso, nem todas eram totalmente autossustentáveis, dependendo de vilas próximas.
Em 1750, o Tratado de Madrid reconheceu grande parte da América do Sul como território português. Muitas missões não aceitaram a decisão e, mesmo após a retirada das tropas espanholas, os guaranis, liderados por Sepé Tiaraju, protagonizaram a Guerra Guaranítica em 1753. 
O conflito resultou na morte de mais de 20 mil indígenas ao longo de três anos, em combates contra portugueses e espanhóis.
Pouco depois, em 1759, os jesuítas foram expulsos da América Espanhola, e as missões acabaram sendo abandonadas.
Uma curiosidade é que se acreditava que a igreja de São Miguel das Missões possuía duas torres, quando na verdade tinha apenas uma. A confusão surgiu porque o projeto original previa duas torres, mas foi posteriormente alterado, seguindo o padrão das igrejas missioneiras.
 
Fonte: Grupo de Divulgação de Estudos, Márcia Molina. Créditos: Geopizza.

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