COLUNISTAS

Infelizmente o país encontra-se à deriva, sem rumo, perdendo tempo com diversionismos, muitos dos quais úteis para o grupo que está no poder. As tarifas de Trump, a suposta intervenção dos Estados Unidos na soberania brasileira e o julgamento e condenação de Jair Bolsonaro sepultaram de vez qualquer debate sobre as reformas para o país. É como se tudo estivesse bem, com a economia caminhando e a sociedade enriquecendo. O estrutural não se discute mais.

A situação das contas públicas do país é periclitante, e relatórios do próprio governo já alertaram que o colapso virá em janeiro de 2027, não por acaso o primeiro mês de governo do vencedor das eleições presidenciais de 2026. Enquanto o colapso não vem, no entanto, o governo esforça-se para seguir gastando um dinheiro que já não existe, apostando na irresponsabilidade fiscal como método. A prioridade é a reeleição do PT, sem dúvida; às favas com o futuro imediato do país. O país pode até quebrar novamente, mas para o PT o importante é manter-se no poder - a todo custo.

As eleições de 2026 deveriam ter como pauta precisamente as reformas que modernizem o governo, que reduzam o seu tamanho e a sua influência na economia. Reformas estruturantes são necessárias com o objetivo de reequilibrar o orçamento e impedir que as despesas cresçam ao bel prazer do governante de ocasião, sem que haja as receitas correspondentes. 

O leitor pode perceber que nada disso tem sido debatido atualmente. Isso porque não interessa  a Lula o tema da responsabilidade fiscal, já que ele acredita apenas na “responsabilidade social”, uma expressão populista de viés esquerdista. O Congresso tampouco possui força para tracionar esse debate porque também parece ter desistido de qualquer pauta reformista. 

Enquanto nada se faz, o nosso encontro com a realidade, logo ali em 2027, vai se tornando mais próximo e também mais caro ao país. Afinal, o pagador de impostos será aquele que, ao cabo, pagará a conta da irresponsabilidade fiscal de governantes e congressistas.