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Tradição é história 19/09/2025

Passada a Semana da Pátria, quando festejamos 203 anos da Independência, voltamos nossas atenções para as comemorações da Semana Farroupilha, com seus desfiles, apresentações e coreografias dos costumes do Rio Grande do Sul. Nessa trajetória, onde existe o efetivo engajamento do povo gaúcho, é retratada a extraordinária manifestação de união e amor ao Rio Grande.
Essa união em torno da tradição faz com que sejamos diferentes dos demais Estados. É tão forte a vivência da tradição que nem mesmo os rodeios de Barretos e a avalanche da música sertaneja, massificada nas médias, conseguiu furar o bloqueio gaúcho. Sei que muita gente não gosta de ouvir falar em tradição, costumes, e até torce o nariz quando o assunto é ventilado.
Com a devida vênia, para esses digo que o tempo passa, estamos no primeiro quarto do milênio, com seus avanços e modernismos que tantos benefícios traz para a humanidade, crises políticas e econômicas que nos deixam incomodados e intranquilos, mas a cultura dos povos, especialmente daqueles que guardam costumes, continua intacta.
Exemplo claro vem com os festivais do folclore internacional vividos em Passo Fundo, Nova Prata, Ijuí, Caxias e tantos outros Brasil a fora, aplaudidos por todos os brasileiros. Exatamente por esse reconhecimento, o escritor Demétrio Dias de Moraes, do alto de sua sabedoria e descortino, deixou esta frase: Tradição é História.
São países como o nosso Estado, mantendo vivas suas raízes. É por tal razão que gaúchos que se desgarram do torrão levam para onde vão, as tradições da querência. Esse reconhecimento é admirado em todo o país, tanto que certa vez perguntaram ao ex-presidente João Batista Figueiredo quais aspectos lhe chamavam a atenção do modo de pensar do gaúcho. O velho general, carioca da gema, respondeu: “O que chama a atenção nos gaúchos é o amor no torrão natal e às tradições. O código de lealdade e de amor à verdade. O senso crítico e o orgulho que vocês têm de se proclamar gaúchos”.
 
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A HISTÓRIA DO CEGO - É a primavera. Ela está aí, com suas variantes, ora quente ora frio, fazendo gente espirrar por pura perseguição alérgica. São coisas da estação mais bonita do ano. Quando falo na estação da primavera lembro a história do cego que costumava mendigar em certa esquina, sentado na calçada com um boné aos seus pés, e um pedaço da madeira escrito assim: “Por favor ajude-me, sou cego”. Um cidadão criativo passou em frente e viu umas poucas moedas no boné. Incontinente, pegou o cartaz, virou-o e escreveu outro anúncio. Foi embora. Pela tarde voltou a passar em frente ao cego e observou que o boné estava cheio de moedas. Foi reconhecido pelo cego, que logo quis saber o que ele havia escrito no pedaço de madeira. Ao que o cidadão respondeu: “Nada que não esteja de acordo com seu anúncio, mas com outras palavras”. Sorriu e continuou seu caminho. O cego nunca soube, mas seu cartaz dizia: “Hoje é primavera e não posso vê-la”.
 
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MATA A COBRA E MOSTRA O PAU - É expressão antiga que significa afirmar algo e mostrar a sua veracidade sem deixar dúvidas. Pois foi o que o Lions Clube de Lagoa Vermelha fez terça-feira, ao entregar o automóvel da rifa ao ganhador, simpático cidadão de Farroupilha., que comeu churrasco gordo e voltou feliz da vida. É o Lions prestando contas à sociedade, sua maior colaboradora. De resto, sobra ânimo para curtir o Dia do Gaúcho. Um abraço para o artista Eduardo Pozer, que abrilhantou a festa do Lions, e para as empresárias da loja Thais Stilus, localizada na Maximiliano, esquina com Av. Presidente Vargas. É gente que lê a Folha.

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