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O voto de Fux 12/09/2025

O ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux divergiu do relator Alexandre de Moraes e votou pela absolvição do ex-presidente Jair Bolsonaro pelos crimes a ele imputados, dentre os quais golpe de estado. Seu voto deixa claro, para começo de conversa, que o STF jamais deveria estar julgando aquele processo, pois não seria o foro adequado. Diz, ainda, que o amplo direito de defesa foi ferido porque as defesas dos acusados não tiveram tempo de analisar todas as provas. Este processo do tal golpe, destaque-se, está andando em uma velocidade atípica quando, por exemplo, se compara com a ação penal do mensalão.
O julgamento ainda não acabou, porém se sabe que este voto de Luiz Fux será o único a absolver Jair Bolsonaro. Os demais ministros da turma do STF irão condenar, e de maneira pesada, o ex-presidente e os demais acusados, muitos ex-ministros seus. 
A defesa do ex-presidente será derrotada, mas o voto de Fux é importante porque abre caminho para a nulidade de todo esse processo no futuro. Este país é o país da instabilidade, das mudanças de ocasião, e o leitor não deve se surpreender se, no futuro breve, todo esse processo seja invalidado - e pelo próprio STF. E quando este momento chegar, lá estará o conteúdo do voto solitário de Fux, que alertava para a injustiça que se estava cometendo contra Bolsonaro e os demais réus.
O voto de Luiz Fux mostra que é um erro condenar Bolsonaro. Seus argumentos arrebentam todos os do voto do ministro Alexandre de Moraes. Mas Fux não será ouvido e a marcha da insensatez, de criminalizar as lideranças de direita do país, seguirá seu rumo. O destino de Bolsonaro é uma injusta condenação.

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