COLUNISTAS
Os sÃmbolos gaúchos 29/08/2025
O simbolismo reforça o culto à tradição e identifica a cultura local
A identidade cultural do Rio Grande do Sul foi construída também por meio de símbolos que, ao longo da história, se tornaram referências do imaginário coletivo e da tradição. Parte deles ganhou oficialização por legislação específica, enquanto outros permanecem como ícones consagrados pelo uso popular.
Símbolos oficiais
A Bandeira Rio-Grandense, criada em 1836, foi consolidada na Constituição de 1891 e reconhecida oficialmente pela Lei nº 5.213, de 1966. Suas cores remetem ao Brasil e à luta republicana: verde (esperança e ligação nacional), amarelo (riquezas) e vermelho (República e Federação). O Brasão de Armas, introduzido em 1842 e presente na bandeira desde 1881, traz elementos como o barrete frígio, símbolo da liberdade, e a inscrição “Liberdade, Igualdade e Humanidade”. Já o Hino Rio-Grandense, composto por Joaquim José de Mendanha e oficializado em 1966, teve letra definitiva de Francisco Pinto da Fontoura, o “Poeta dos Farrapos”, ajustada em 1934.
Símbolos ecológicos
e culturais
O Estado também instituiu símbolos ligados à natureza e ao cotidiano gaúcho: a erva-mate (Lei 7.439/80), considerada patrimônio cultural imaterial; o quero-quero (Lei 7.418/80), ave-sentinela dos campos; a flor brinco-de-princesa (Decreto 38.400/98); o cavalo crioulo (Lei 11.826/02), central na lida campeira; e o cachorro ovelheiro gaúcho (Lei 15.531/2020), reconhecido como patrimônio genético e cultural. Também foram oficializados a gaita (Lei 13.513/2010), a macela (Lei 11.858/02), o chimarrão e o churrasco (Lei 11.929/03).
Símbolos do imaginário coletivo
Alguns símbolos, ainda que não legais, estão enraizados no folclore. É o caso da Chama Crioula, criada em 1947 e reconhecida em 2024 como patrimônio imaterial, além da Missa Crioula e do galpão de estância, espaços de fé, convívio e preservação da lida campeira.
Símbolos locais
Diversas cidades adotam monumentos e referências próprias para reforçar sua identidade, como ocorre em Porto Alegre com a estátua do Laçador, representação do gaúcho típico.
Assim, os símbolos gaúchos, oficiais ou populares, expressam não apenas a memória da Revolução Farroupilha, mas também a riqueza cultural, social e natural do Estado, consolidando um patrimônio que une tradição e identidade.