COLUNISTAS
O pior está por vir 22/08/2025
A expectativa é grande com o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, marcado para o início de setembro. Na verdade, o que ainda não se sabe é qual será a pena que deverá cumprir, afinal a sua condenação já é dada como certa. O julgamento desfavorável a Bolsonaro já está escrito nas estrelas - é um fato da realidade. Condenado pelo STF, deve recorrer, e seu recurso deve ser indeferido pelo próprio STF, mandando-o diretamente para a prisão. Hoje, como se sabe, ele cumpre prisão domiciliar.
Este momento de condenação e prisão de Bolsonaro deve ser extremamente tenso, sobretudo porque o governo americano está acompanhando o desenrolar da situação jurídica do ex-presidente. Não é de se surpreender se novas sanções passem a ser aplicadas ao Brasil pelo presidente Donald Trump, que considera que Bolsonaro não está recebendo um tratamento justo, mas sim sendo perseguido pelos grupos que hoje estão no poder.
Projeta-se, além disso, que os ministros que seguirem um voto de condenação do ministro Alexandre de Moraes podem ser sancionados, decretando-se, via Lei Magnitsky, a “morte financeira” dos magistrados. O cenário é complexo e as consequências são mesmo imprevisíveis. Mas o próprio presidente do STF já afirmou que nada será mudado, e que a condenação por crimes de tentativa de golpe de estado será proclamada caso existam provas.
Trump é um ator político imprevisível e não se sabe exatamente qual seria sua reação por uma condenação definitiva contra Bolsonaro. Em certa medida, o líder americano se identifica com o ex-presidente brasileiro, já que também sofreu uma dura perseguição judicial no período em que esteve fora da Casa Branca. Ao que tudo indica, ele não aceitará que isso ocorra com Bolsonaro, por quem nutre simpatia.
Este é o jogo em que o Brasil se meteu, com tarifaço de 50% em seus produtos, ministro do STF sancionado pela maior potência econômica e militar do planeta e com ameaças diárias de que o país pode sofrer ainda mais por estar se transformando, aos olhos dos Estados Unidos, em um regime autoritário com hipertrofia dos poderes da mais alta corte judicial. Ninguém sabe como isso efetivamente irá terminar. O pior ainda está por vir.