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O assalto aos aposentados 09/05/2025

Realmente o esquema de corrupção envolvendo descontos ilegais nas aposentadorias de milhões de brasileiros é de tamanho homérico. É enorme e as cifras desviadas passam de dezenas de bilhões de reais. O escândalo é tanto que o presidente Lula não conseguiu manter seu amigo Carlos Lupi no Ministério da Previdência. Mesmo que os dois sejam amigos históricos, simplesmente não havia condições de sua permanência no ministério. É a segunda vez que Lupi é demitido da Esplanada - a primeira foi em 2011, no governo Dilma, quando choveram denúncias contra ele no então Ministério do Trabalho.
Lupi se diz inocente, e que não fazia parte de qualquer esquema de corrupção na Previdência. Ele, inclusive, sequer é investigado ou citado no inquérito da Polícia Federal. Mas ficou parecendo que ele pouco ou nada fez, mesmo avisado, contra a roubalheira mensal nas contas dos aposentados. Em seu lugar no Ministério foi colocado alguém que era o vice-ministro, trocando-se seis por meia dúzia. A bancada do PDT na Câmara dos Deputados, inconformada pela forma como Lupi saiu do governo, sem a devida atenção e respaldo de Lula, resolveu sair da base de apoio e agora os 17 deputados da sigla são independentes. Mais crise política.
A questão agora, além da necessidade de aprofundamento das investigações, é saber como os aposentados lesados serão restituídos de seus valores roubados pelos pilantras. Até agora não se tem qualquer solução, mas o novo presidente do INSS prometeu que ela virá. Seria interessante que o governo se apressasse em relação a isso porque o escândalo do roubo das aposentadorias está colando muito forte em Lula e no PT e diminuindo ainda mais a popularidade do governo. O governo pensava que a popularidade iria crescer, mas o escândalo atual só está empurrando o terceiro mandato de Lula para o cadafalso.

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