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25/04/2025

MDB DECIDE NOVA EXECUTIVA EM MEIO À INFLUÊNCIA CRESCENTE DA PREFEITA
O MDB de Capão Bonito do Sul realiza neste sábado, 26, sua eleição interna para composição da nova executiva e diretório municipal. O momento, embora institucional, carrega forte carga simbólica: trata-se da primeira definição partidária sob a gestão de Marizete Rauta, prefeita eleita em 2024 com amplo respaldo popular e que, desde então, vem consolidando protagonismo também dentro da sigla.
Mesmo sem disputar cargos formais no partido, Marizete tornou-se a principal voz de referência do MDB local. Sua postura de liderança técnica e aberta ao diálogo tem reaproximado o partido da comunidade, estimulado novos filiados - especialmente jovens e mulheres - e reposicionado o MDB como legenda protagonista do cenário municipal.
Com a experiência de quem conduz uma gestão ativa e organizada, Marizete defende que o MDB acompanhe esse novo ritmo. “O partido precisa estar ao lado da administração. Não pode apenas assistir, deve participar das decisões estratégicas e ser sustentação política legítima”, afirmou em entrevista concedida nesta semana ao Folha News, canal digital do Jornal Folha do Nordeste.
 
PARTIDO VIVO, ABERTO E RENOVADO
Segundo a prefeita, o MDB passa por uma fase de amadurecimento e expansão. O aumento no número de simpatizantes e filiações espontâneas é reflexo da imagem pública de uma gestão que une resultados e acessibilidade. “Queremos um partido plural, moderno, com raízes no passado e os olhos voltados para o futuro. Um MDB que inspire confiança e que abra espaço para a juventude participar da política com seriedade”, destacou.
Nos bastidores da eleição, o nome do atual presidente, Eron Porto, ainda é cogitado para permanecer no cargo. No entanto, há movimentações indicando a possibilidade de uma composição mais ampla, que reflita a nova dinâmica política local. A tendência é de um diretório que caminhe lado a lado com a gestão municipal.
 
A CONSTRUÇÃO DE UMA 
LIDERANÇA ORGÂNICA
A influência de Marizete dentro do MDB não se dá por imposição, mas por legitimidade construída na prática. A prefeita se tornou uma espécie de “símbolo de transição” entre a tradição partidária e os novos tempos. Sua fala é ouvida com atenção, suas ações são acompanhadas de perto e sua articulação, respeitada inclusive por lideranças regionais.
Com esse perfil, Marizete deixa claro que o MDB não pode mais se limitar a ser uma legenda eleitoral. Precisa ser presença institucional e política no dia a dia da comunidade. “Governamos para todos, mas o partido é a base onde tudo começou. E ele precisa estar forte, atento e ativo”, sintetizou.
 
PARCERIA COM GABRIEL SOUZA ELEVA POSIÇÃO DO MUNICÍPIO NO ESTADO
Durante a entrevista ao Folha News, Marizete também falou da relação próxima com o vice-governador do Estado, Gabriel Souza (MDB). A parceria, construída ao longo de anos, tem rendido resultados objetivos, como o recente empenho de R$ 1,5 milhão para a sinalização da ERS-461, que está em fase final de conclusão.
Segundo a prefeita, Gabriel é uma das principais lideranças políticas do Estado e seu nome já circula com força nos bastidores como pré-candidato ao governo do RS em 2026, com apoio do MDB e articulação direta com o governador Eduardo Leite. “Gabriel sempre teve olhar sensível para os municípios do interior. Ter acesso direto a ele facilita muito nossa gestão”, afirmou.
A confiança é tamanha que, em várias agendas técnicas e institucionais, Capão Bonito do Sul tem sido tratado com prioridade. Essa relação de proximidade projeta o município para além das fronteiras regionais, permitindo que demandas locais ganhem espaço nos centros de decisão em Porto Alegre.
 
UMA PREFEITA QUE FAZ A 
POLÍTICA ACONTECER
O cenário atual coloca Marizete como uma liderança em ascensão não apenas no Executivo, mas no próprio tabuleiro político da sigla. Sua gestão eficiente, seu capital político crescente e sua habilidade de articulação a transformam em uma peça-chave na reorganização interna do MDB e, potencialmente, em figura de influência nos movimentos futuros da legenda a nível estadual.
Mais do que uma prefeita atuante, Marizete Rauta se firma como uma construtora de consensos, uma voz firme em favor da boa política - feita com base, com escuta e com propósito.
 
O DECLÍNIO DO PSDB: UM CASO LOCAL DENTRO DE UM CENÁRIO NACIONAL
A ex-senadora e atual vice-presidente estadual do PSD, Ana Amélia Lemos, em entrevista recente à imprensa da Capital, avaliou que o PSDB vive um "fim melancólico" no Brasil. A declaração ocorre num momento em que o partido enfrenta esvaziamento, fusões frustradas e perda de protagonismo nas urnas. Para ela, a migração de lideranças para siglas como PSD e Republicanos evidencia a perda de identidade política dos tucanos.
 
EDUARDO LEITE NO DIVà
E O CENÁRIO DE MIGRAÇÃO
Ana Amélia também falou abertamente sobre as articulações que envolvem o governador Eduardo Leite, apontando que seu destino mais provável é o PSD. Segundo a dirigente, Leite “está no divã” e ainda não deixou claro qual caminho seguirá, mas já há indicativos de que ele assumirá o comando do partido no Rio Grande do Sul, com vistas às eleições de 2026. A movimentação do governador, figura central do chamado “novo tucanato”, representa mais um golpe à identidade do PSDB, que vê sua principal liderança estadual se distanciar da sigla.
 
LEANDRO MULLER BORGES: “O MELHOR 
É O FIM DO PSDB EM LAGOA VERMELHA”
O presidente do PSDB em Lagoa Vermelha, , foi categórico ao declarar que o ciclo do partido chegou ao fim no município. Em contato com esta coluna, ele reconheceu a impossibilidade de crescimento da legenda local, influenciada por lideranças que, apesar de externas, sempre orbitavam internamente o PSDB. Segundo ele, a manutenção do partido não encontra mais viabilidade política ou estrutural.
 
PEDRO MACARI: “ESTÁ DIFÍCIL 
MANTER O PARTIDO NA CIDADE”
Vice-presidente municipal da sigla e candidato a deputado federal no último pleito, Pedro Macari também confirmou a crise vivida internamente. Em conversa com esta coluna, Macari admitiu que é difícil sustentar o PSDB em Lagoa Vermelha diante da falta de engajamento e perspectiva. A tendência, segundo ele, é o esvaziamento gradual - o que já se concretiza com a migração de membros para outros partidos.
 
MIGRAÇÃO SILENCIOSA: DE
 TUCANOS A REPUBLICANOS
A movimentação de lideranças do PSDB local rumo ao Republicanos é um fato consumado. Parte da militância já oficializou a mudança, enquanto outros também devem seguir o mesmo caminho. Leandro Borges destaca que, apesar das dificuldades, não há intenção entre os membros de se vincular a partidos de esquerda, o que define com clareza a orientação política do grupo.
 
FALTA DE REPRESENTAÇÃO 
E ESGOTAMENTO
O partido não possui vereadores eleitos e não participa da atual administração municipal. Isso fragilizou sua atuação institucional e inviabilizou a formação de novas lideranças. O PSDB, que já teve representatividade ativa, hoje é um nome sem voz no cenário político lagoense.
 
O FIM DE UM CICLO
O cenário em Lagoa Vermelha reflete, em escala reduzida, a crise de identidade que o PSDB enfrenta nacionalmente. A sigla não conseguiu se reinventar, perdeu raízes e tornou-se dependente de nomes que, embora relevantes, não construíram internamente. A extinção da atuação local parece inevitável - e, talvez, necessária. Como disse Ana Amélia: “partidos vão e vêm... o que permanece é a vontade de ajudar a construir cidades melhores”.

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