COLUNISTAS

Eu acredito em livre comércio no sistema internacional e, por isso mesmo, vejo como muita negativa essa “guerra de tarifas” lançada pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump. É, na verdade, um vexame que a economia mais competitiva do mundo, e também mais eficiente, decida agora lançar medidas protecionistas e fulminar o sistema, mesmo que imperfeito, de livre comércio que existe há décadas e que é liderado pelos americanos.

O pretexto é basicamente populista: proteger as indústrias nacionais e os empregos dos norte-americanos. Este é o mesmo pretexto utilizado por economias mais atrasadas e menos especializadas para proteger as suas economias internas, impedindo, por exemplo, a importação de bens e produtos. Os Estados Unidos, no entanto, não precisam proteger seus setores econômicos porque eles são competitivos, globalizados e compõem uma cadeia extremamente complexa que envolve muitos outros países. Os Estados Unidos, vale destacar, lideraram e lideram a globalização econômica. São a maior potência econômica do planeta.

Durante a semana vimos a confusão das taxações entre Estados Unidos e China, com ameaças de ambos os lados, ultimatos e ataques públicos. Não sei realmente o que se ganha com isso, a não ser uma desorganização das cadeias de comércio global e uma possível recessão. Infelizmente a tal “guerra de tarifas” está apenas no começo e suas consequências são imprevisíveis. Descortina-se um momento de muita incerteza.