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No programa Conversando com o Prefeito, transmitido pela Folha News, o prefeito de Lagoa Vermelha, Eloir Morona (PP) trouxe à tona um dos temas mais sensíveis da atualidade no município: a queda na qualidade do serviço de abastecimento de água após a privatização da CORSAN, hoje sob responsabilidade do grupo privado EGEA.

Durante a entrevista o prefeito foi enfático ao reconhecer que as reclamações da população são pertinentes e compreensíveis. “Quando se paga por um serviço, é natural e justo que se exija qualidade. Infelizmente, a realidade hoje não condiz com isso. Temos enfrentado episódios recorrentes de falta de água, má qualidade no fornecimento e até mesmo água com odor nas torneiras”, afirmou Morona.

O chefe do Executivo explicou que, desde o início de sua gestão, tem buscado entender e cobrar soluções da nova concessionária. Reuniões presenciais e virtuais foram realizadas com representantes da empresa, tanto em Lagoa Vermelha como em Porto Alegre, para debater as causas dos problemas e propor encaminhamentos práticos. Segundo a EGEA, boa parte das falhas decorre da ausência de um mapeamento técnico das redes subterrâneas e da substituição de quase todo o quadro funcional anterior.

“Eles não sabiam nem onde estavam localizadas as adutoras. Não existia um mapa do sistema de distribuição em Lagoa Vermelha. Estão agora mapeando e substituindo gradualmente as tubulações antigas, conforme os rompimentos acontecem, o que é, no mínimo, preocupante”, destacou o prefeito.

 

Em resposta às dificuldades operacionais, a EGEA apresentou ao governo municipal um plano de ações de médio e longo prazo, com foco na reestruturação do sistema e na qualificação dos novos funcionários, inclusive com treinamentos técnicos para situações de emergência. Ainda assim, Morona reforçou que a paciência da população tem limite: “É inadmissível que alguém chegue do trabalho e não tenha água para tomar banho ou preparar a janta. Precisamos de respostas concretas”.

Diante disso, a prefeitura irá instituir nos próximos dias uma ouvidoria municipal específica para monitorar e registrar queixas relativas ao fornecimento de água. A proposta é centralizar os relatos da comunidade e formalizá-los em notificações oficiais à concessionária. “Essa ouvidoria não será simbólica. Ela vai funcionar com base no contrato firmado com a empresa. E, se necessário, sairemos do campo administrativo para adotar outras medidas”, frisou.

Outro ponto levantado pelo prefeito foi a repavimentação deficiente das vias públicas após obras da concessionária. Morona revelou que a empresa responsável por essa etapa poderá ser trocada, caso não atenda aos padrões exigidos pelo município. Além disso, cobrou explicações sobre o aumento da tarifa de água sem a devida contrapartida na qualidade do serviço prestado.

 

O prefeito também confirmou que a EGEA está em fase de negociação para aquisição de área destinada à construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), projeto que conta com o apoio técnico da prefeitura no que tange à localização ideal, porém, sem envolvimento direto nas tratativas de compra.

Encerrando sua participação, Eloir Morona reafirmou o compromisso de sua administração em continuar acompanhando de perto a atuação da nova concessionária. “Não estamos cobrando porque somos gestores. Estamos cobrando porque somos cidadãos, moramos aqui, bebemos essa água, temos nossas famílias aqui. E a população pode ter certeza: o governo municipal está atento e vai agir com firmeza sempre que necessário”, concluiu.