COLUNISTAS

28/03/2025

Prefeita Joelice Canali: “Estamos reorganizando a casa” 
Em entrevista exclusiva à Folha News, a prefeita de Caseiros, Joelice Canali, falou sobre os desafios enfrentados nos primeiros 90 dias de governo. A gestora, que assumiu a prefeitura em um cenário delicado, destaca que a prioridade inicial tem sido a reorganização da estrutura administrativa e operacional do município para viabilizar a implementação de seu plano de governo.
 
REALIDADE DESAFIADORA
Segundo Joelice, a realidade encontrada ao assumir o Executivo municipal foi desafiadora. “Recebemos o município sem uma estrutura adequada. Estamos reorganizando setor por setor, recolocando servidores nas funções e reconstruindo a dinâmica administrativa”.
Cerca de 95% da equipe de trabalho já está em atividade, embora muitos servidores ainda estejam em fase de adaptação. A prefeita explicou que o processo de reestruturação é gradual e exige paciência: “Demora uns seis meses até tudo engrenar
 
Estrutura precária 
A situação da secretaria de Obras é uma das mais críticas. O maquinário está desgastado e, muitas vezes, inoperante. “Estamos com vários equipamentos parados, inclusive sem nenhuma patroa funcionando. O caminhão do lixo quebra com frequência. Consertamos em um dia, no outro estraga de novo”.
Joelice também relatou o furto de um trator no interior, ainda sem solução. A gestão tenta lidar com as dificuldades mantendo os reparos básicos, mas, segundo ela, será necessária uma renovação futura da frota.
 
Transporte e saúde exigem atenção
Outro ponto sensível é o transporte escolar. A frota é antiga e, de acordo com um levantamento recente, apenas um ônibus encontra-se dentro do prazo de validade. “Precisamos renovar os veículos, mas os custos são altos. Por enquanto, estamos segurando e fazendo o que é possível”.
Na saúde, a prefeita afirma que o quadro funcional foi praticamente reconstituído. A farmácia municipal, por exemplo, teve seu horário ampliado de 20 para 60 horas semanais. Estão em andamento processos licitatórios para contratação de médicos especialistas, como pediatras, ortopedistas, cardiologistas e psiquiatras.
 
Recursos limitados 
Sobre a polêmica envolvendo recursos em caixa, Joelice esclareceu: “Não ficaram os R$ 5 milhões que haviam sido mencionados. O valor do leilão foi de R$ 998 mil. E ainda temos financiamentos a pagar, inclusive com juros”.
O frigorífico municipal, por exemplo, teve recursos financiados que agora estão sendo devolvidos. “Já estamos tratando com o banco para formalizar a devolução. Enquanto isso, continuamos pagando juros”.
Apesar das limitações financeiras, algumas ações do plano de governo já começaram a ser implementadas. A Copa Verão foi organizada em 60 dias, envolvendo 16 municípios e mais de 800 atletas. “Foi uma grande mobilização e está ocorrendo com sucesso”.
 
Desenvolvimento e planejamento
Com relação ao Distrito Industrial, Joelice informou que, neste primeiro momento, o foco está na limpeza e organização da área. “Já há empresas interessadas, mas é preciso oferecer estrutura mínima para que possam se instalar”.
No setor administrativo, a prefeita destacou que a equipe agora está completa, com o novo secretário assumindo recentemente.
 
Estiagem e mobilização política
A estiagem também tem sido um fator complicador. “Já decretamos situação de emergência e estivemos em Brasília buscando apoio. Contatamos deputados, senadores e diversas secretarias. Agora é hora de cobrar, pois o ano que vem é político e precisamos mostrar nossa força”.
Encerrando a entrevista, Joelice deixou um recado à população de Caseiros: “Estamos cumprindo o que prometemos. Vai levar tempo, mas com calma e responsabilidade, vamos reconstruir nossa cidade”. 
 
O médico e presidente do PSB de Lagoa Vermelha, Dr. Rangel Vinícius Tessaro Guedes, em entrevista ao Folha News, falou abertamente sobre o momento da sigla no município, os projetos para o futuro e fez uma análise do cenário político nacional. Sem deixar de lado temas polêmicos, o dirigente abordou a necessidade de consolidar o partido localmente, a atuação do PSB no Estado e no país, e também alertou para os perigos do radicalismo político e as ameaças à democracia.
 
Projetos para as eleições
Rangel destacou que, mesmo sem vencer nas urnas a eleição municipal passada, o PSB obteve uma vitória política ao conseguir, depois de anos, organizar uma chapa competitiva em Lagoa Vermelha.
- Saímos de praticamente zero votos e alcançamos quase três mil votos, enfrentando um ex-prefeito. Isso foi um sinal claro de que o partido voltou ao jogo político local e está se reestruturando - afirmou.
O PSB já trabalha na construção de um projeto sólido para as próximas eleições estaduais e federais, avaliando nomes para representar Lagoa Vermelha e a região.
- Estamos dialogando com o Beto Albuquerque, que sempre foi parceiro da nossa cidade. Ele retorna ao cenário político e pode disputar o Senado ou a Câmara. Queremos construir uma dobradinha com ele, seja com um candidato local a deputado ou apoiando seu projeto majoritário - antecipou.
 
Federações partidárias 
O dirigente também comentou sobre as discussões nacionais em torno das federações partidárias e o impacto dessas uniões nas estratégias eleitorais.
- Existe uma possibilidade de federação com o Cidadania, mas com o PT, não. O PSB optou por manter sua independência para preservar sua identidade e não ser engolido por partidos maiores. Em muitos casos, a federação sufoca o partido menor - analisou.
Segundo Rangel, o PSB avalia que coligações ou federações devem ser muito bem calculadas para não comprometer o crescimento da sigla, especialmente em um cenário nacional cada vez mais polarizado.
 
Críticas ao modelo de emendas 
O presidente do PSB de Lagoa Vermelha não poupou críticas ao sistema atual de emendas parlamentares, que, segundo ele, deturpa o verdadeiro papel dos legisladores.
- O parlamentar virou distribuidor de recursos. Quem tem mandato leva dinheiro e faz campanha. Isso distorce a democracia porque quem não tem mandato ou estrutura fica fora do jogo - pontuou.
Para ele, o "orçamento secreto" foi a ponta de um iceberg de um sistema que precisa ser repensado.
- Isso vira moeda de troca: você vota a favor de reformas que retiram direitos e recebe emenda para fazer campanha. É um escândalo que, quando for aberto, vai mostrar o tamanho do problema - completou.
 
Ameaça à democracia
Ao falar sobre o cenário nacional, Rangel Guedes fez um alerta sobre o risco de episódios como o 8 de janeiro de 2023 se repetirem, caso o país não puna exemplarmente os envolvidos.
- Se não houver punição severa para quem atentou contra a democracia, o Brasil corre o risco de viver novos episódios semelhantes. Não se pede anistia antes do julgamento. Quem se diz inocente deve pedir justiça - declarou.
O presidente do PSB lamentou o nível de radicalização e o discurso de ódio que toma conta de parte da sociedade.
- Hoje, lideranças políticas alimentam esse comportamento. Vimos no 8 de janeiro a tentativa de um golpe de Estado, com ataques às principais instituições do país. Isso não pode ser minimizado - afirmou.
 
O papel do stf e as críticas injustas
Sobre as constantes críticas ao STF, Rangel defendeu a importância da instituição, mesmo reconhecendo que o Judiciário também tem falhas.
- O STF é um pilar da democracia e deve ser respeitado. O problema é que o mesmo Supremo que condena figuras de esquerda é o que condena personagens da direita. Só criticam quando não está ao seu favor - avaliou.
Rangel sugeriu que o Supremo adote uma postura mais discreta para evitar desgastes desnecessários.
- Talvez o Supremo precise se expor menos na mídia. Isso ajuda a manter a neutralidade e o respeito às decisões - completou.
 
PSB aposta em João Campos
O médico também falou sobre o papel do PSB no governo federal e a força que a sigla tem com a vice-presidência da República, ocupada por Geraldo Alckmin.
- O PSB tem protagonismo com o Alckmin e continuará trabalhando para manter esse espaço. A aposta para o futuro é João Campos, prefeito de Recife, que tem se destacado como uma liderança jovem e preparada - explicou.
Segundo Rangel, João Campos é um nome que poderá representar o PSB em futuras disputas majoritárias, inclusive à presidência da República.
- João tem uma gestão moderna, com diálogo e participação popular. Ele resgata o legado do pai, Eduardo Campos, e tem tudo para ser um dos grandes nomes da política brasileira - disse.
 
Visão LOCAL: pensar grande
Encerrando a entrevista, Rangel Guedes reforçou o compromisso do PSB com o desenvolvimento de Lagoa Vermelha e criticou a política de pequenas obras.
- Precisamos parar de comemorar uma quadra de asfalto ou uma praça. Lagoa Vermelha precisa pensar grande, diversificar sua economia e investir no futuro. Nosso projeto é trabalhar por uma cidade que sonha mais alto - finalizou.
A entrevista completa está disponível no YouTube: @folhanewslv.

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