Voa Brasil poderá incluir 1,5 milhão de pessoas que nunca voaram de avião

12/04/2024


O Ministério de Portos e Aeroportos estima que 1,5 milhão de brasileiros poderão potencialmente embarcar em um avião pela primeira vez na vida com o programa Voa Brasil --- programa de inclusão no modal aéreo que o presidente Lula e o ministro Silvio Costa Filho lançam na próxima quarta-feira em cerimônia no Palácio do Planalto e que vai disponibilizar bilhetes a R$ 200.






O programa é destinado a aposentados do INSS que ganham até 2 salários mínimos ou estudantes com bolsa do ProUni. Só terão direito ao benefício aqueles que se enquadrem nesse perfil e não tiverem comprado passagem aérea nos 12 meses anteriores.





Segundo o ministério, os dados dos brasileiros que nunca voaram de avião e que estão habilitados para o programa foram compilados cruzando dados de INSS, Ministério da Educação e Polícia Federal.





O programa não prevê subsídios para os bilhetes, mas resulta de um compromisso firmado com as companhias aéreas, que se comprometem a disponibilizar assentos que estimam que ficarão ociosos. Em fevereiro, por exemplo, a taxa de ocupação média das três companhias no mercado doméstico foi de 77,7%. Os bilhetes do programa sairão portanto dessa margem de 12,3% de ociosidade média. O número exato de bilhetes por companhia não foi fixado, mas o governo acredita que o programa poderá resultar na emissão de 5 milhões de bilhetes a R$ 200 "nos primeiros meses".





Anunciado pelo governo como "o maior programa de inclusão de novos passageiros no modal aéreo", o Voa Brasil não deve, contudo, alterar os grandes números do setor. O grande movimento de inclusão de passageiros na aviação aconteceu a partir de 2002, com a adoção da política de desregulamentação tarifária, que fez o setor crescer acima da economia: até os anos 90 o governo controlava os preços dos bilhetes e também quantos aviões as companhias poderiam ter na frota.





O fim do controle tarifário e da oferta fez o setor crescer quase 200% em uma década, levando a classe C para os aeroportos. O volume de passageiros transportados saiu de 33 milhões em 2002 para 85 milhões em 2011. A tarifa média real caiu 43%, de R$ 486,75 para R$ 276,25. Os dados são da Anac.





A partir de 2016, com a crise econômica, seguida de pandemia e da alta histórica no preço de combustíveis, a demanda tem andado de lado. No ano passado, o setor transportou 91,4 milhões de passageiros. Já a tarifa média bateu em R$ 636,32.




Fonte: O Globo

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