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O recado está dado 15/03/2024

No ano de 1949, portanto já se passaram 75 anos, o saudoso Raul Pilla, na época deputado pelo Partido Libertador e em um discurso no plenário da Assembleia Legislativa do nosso Rio Grande do Sul teceu as seguintes considerações...”é a política ao mesmo tempo, a mais bela e a mais feia, a mais nobre e a mais desprezível das atividades humanas. Tanto mais desprezível e feia nas suas deformações, quanto mais nobre e bela na sua pureza original”.
Em poucas palavras o nobre e inesquecível político já falecido Raul Pilla, conseguiu sintetizar com brilho incomum, que a política é uma das mais nobres atividades humanas, quando praticada na sua pureza original mas desprezível e feia nas suas deformações.
Infelizmente passo a passo, quem sabe até lentamente o ato de fazer política neste nosso rico Brasil, transforma-se em um ato de coragem, e para poucos que a defendem na sua pureza original, e um caminho que se mostra sem volta para muitos que teimam em exercê-la coberta de deformações.
Nós povo votamos, elegemos, enfim em cada eleição renovam-se as esperanças, passamos a acreditar com todas as nossas forças que agora sim teremos soluções com ações que serão o bem-estar geral da população.
Infelizmente a bem da verdade o que tem consagrado-se frente as nossas leis frágeis e permissivas, as quais aceitam inúmeros artifícios jurídicos com seus recursos protelatórios como “foro privilegiado” e outros tantos que normalmente levam a prescrição, dando a entender que o crime compensa e que a cadeia existe para prender pobres, ou sejam, os denominados “pés de chinelos” ou “ladrões de galinhas”.
A situação aproxima-se do caos, soa o alarme anunciando que o caminho que estamos percorrendo pode chegar ao anarquismo.
Nossos governos lutam para arrecadar cada vez mais impostos, e mais e mais gastam, e muito mal.
O nosso atual momento aproxima-se do conhecido dito popular “quem pode mais, chora menos”, o poder econômico está dando as cartas, e jogando de mão. A moral, a ética parece ter saído de moda, e quem ainda luta para conservá-la está sendo olhado como um estranho no ninho.
Alguns chegam a afirmar que o mundo não pertence mais aos fortes, mas sim aos mais inteligentes, aqueles que popularmente são chamados de “vivos”. Certamente os “vivos” são aqueles que enxovalham a nossa política com fraudes, roubos, atos de corrupção, sonegação, agiotagem, enfim lutas, ações sem ética.
Esse resumo nos mostra que a democracia escudada em partidos fracos, e políticos sem obrigação com a responsabilidade, a ética e a moral, transforma-se em um balcão de negócios escusos, aonde o que menos importa são os interesses da população, e esta relação entre partidos políticos e eleitores transforma-se em um contrato unilateral, aonde somente um tem a obrigação com a honra e a fidelidade.
Apesar de toda turbulência e instabilidade vividas por nós brasileiros, nota-se que surge uma luz no fundo do túnel e um alerta para o povo, que parece ter acordado de um sono profundo. O recado está dado, o povo na sua maioria não admite mais a política do lucro para poucos com múltiplos privilégios, e o sacrifício para muitos, e as bandeiras que devem tremular são as da qualidade, da liberdade e a da esperança.
Vamos de mãos dadas lutar pelo nosso Estado, o Rio Grande do Sul, para que nossas façanhas sirvam de exemplo e a redenção de todos nós brasileiros.

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